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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A Versatilidade do Sal

Substância imprescindível ao equilíbrio das funções orgânicas pode produzir efeitos danosos se consumida em excesso. Demanda natural fez com que superasse o ouro como valor estratégico e fosse base para remunerar o trabalho.

André de Souza Mecawi, Luis Carlos Reis e José Antunes Rodrigues
© RICARDO AZOURY/OLHARIMAGEM
SALINA NA REGIÃO DE CABO FRIO, R.J.: sal faz parte da dieta humana há 8 mil anos.
O sal (cloreto de sódio ou NaCl), encontrado em grande quantidade na Natureza, integra a dieta diária de quase toda a população mundial, principalmente por melhorar o sabor dos alimentos. Mas desde o início do século passado a quantidade de sal ingerida é vista como um componente importante pela saúde pública, uma vez que seu consumo excessivo está relacionado ao desenvolvimento da hipertensão arterial. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, essa doença, que afeta aproximadamente 1 bilhão de pessoas, é uma das principais causas de mortes que poderiam ser evitadas com a simples redução do consumo de sal a valores diários entre o mínimo necessário de 0,1 a 0,5 grama até um máximo de 5 gramas.

Talvez o sal seja o mais antigo e comum aditivo alimentar. Praticamente todas as culturas antigas temperavam seus alimentos usando sal, tanto para suprir eventuais deficiências deles como para melhorar o sabor. Há registros do uso do sal para conservar alimentos em antigas culturas às margens do Nilo, no Egito, há 8 mil anos. Guerras foram travadas pelo controle de minas de sal que, em determinados momentos da história, foi mais valioso que o ouro.

Em virtude da necessidade do organismo por sódio, a maioria dos animais vertebrados procura esse elemento no ambiente onde vivem. Os seres humanos não sentem necessidade explícita de outros minerais como magnésio, iodo ou potássio, da mesma forma como ocorre com o sódio. A necessidade tanto de sódio quanto de água são os dois únicos mecanismos de busca e ingestão de moléculas específicas inatas. Esses processos são regulados mutuamente para manter os níveis corretos de água e sal no organismo.

Tanto o sódio (Na+) quanto o cloreto (Cl-) são íons essenciais para a manutenção da vida animal. O sódio é responsável pelo controle do volume dos líquidos corporais e manutenção da pressão arterial, além de atuar na comunicação entre células. A estabilidade do volume de água do corpo e a pressão arterial são rigorosamente reguladas por sistemas de controle muito sensíveis e precisos, que envolvem respostas cerebrais, cardiovasculares, endócrinas e renais.
ARTE ERIKA ONODERA A PARTIR DE IMAGENS CEDIDAS PELA AUTORA

Quando há pequenas variações no volume ou conteúdo do fluido extracelular (líquido que envolve as células), esses sistemas de controle tentam encontrar respostas adequadas para retornar às condições normais, dentro de limites estreitos de variações. Nas alterações do equilíbrio dos fluidos corporais, os dois principais componentes a serem controlados são os conteúdos de água e de sódio, e o saldo desses elementos no organismo é mantido por ajustes finos e complementares entre ingestão e excreção.

Quando os níveis de sódio que chega aos rins diminuem, células específicas percebem essa carência e ativam um sistema enzimático que tem como produtos finais a angiotensina II e a aldosterona, hormônios que agem nesses órgãos – retendo o sódio – e no cérebro – induzindo ao apetite por sódio. Quando há excesso de sódio no organismo, sistemas especializados na inibição da ingestão de sódio entram em ação. A retenção de sódio (e consequentemente de água) leva à distensão da parede do coração, o que estimula as células cardíacas a produzir o peptídeo natriurético atrial (ANP, na sigla em inglês).

No cérebro, neurônios estimulados pela elevação nas concentrações de sódio secretam um outro hormônio, a ocitocina. Em conjunto, ANP e ocitocina provocam aumento da excreção renal de sódio e, agindo diretamente no cérebro, inibem o desejo de sal. Evidências têm demonstrado que os vertebrados possuem terminações nervosas nos rins, fígado, coração, vasos sanguíneos, estômago e intestino que percebem, de forma direta e/ou indireta, as concentrações sanguíneas de sódio e o volume de líquido no organismo, além de receptores de pressão localizados nos vasos sanguíneos, e ambos enviam sinais diretamente para o sistema nervoso central (SNC). No SNC existem ainda receptores sensíveis às concentrações de sódio, que estão intimamente relacionadas ao controle da ingestão de sal (e água). O cérebro, por meio de uma rede de conexões entre neurônios, integra e processa todas essas informações e as traduz na sensação de apetite ou saciedade pelo sal, de acordo com a condição em que o organismo se encontra.

Além dos relatos naturais de animais em busca de sal, registros experimentais de preferência pelo sódio já foram encontrados em ratos, camundongos, coelhos, pombos, cangurus, cabras, ovelhas, bois, cavalos e macacos, a partir das observações pioneiras feitas pelo biofísico americano Curt Richter (1894-1988), em 1936, com ratos. Ele retirou cirurgicamente as glândulas adrenais de ratos e verificou que os animais morriam em poucos dias. No entanto, se tivessem acesso a dois bebedouros, um com água pura e outro com água salgada, preferiam a salgada (aversiva ao paladar desses animais), o que reduzia a mortalidade.
ERIKA ONODERA

                                 Em 1940 ele descreveu um caso, fascinante na época, de um menino que manifestava intenso e persistente desejo por sal desde o nascimento, apresentando um comportamento muito semelhante ao observado nos ratos sem glândulas adrenais. Mesmo antes de aprender a falar, a criança já mostrava forte tendência para a ingestão de sal. Preferia receber uma colher de sal puro, ou alimentos salgados, em vez de açúcar ou doces. Devido a um quadro clínico grave, o garoto foi internado em um hospital onde a quantidade de sal em sua dieta foi restringida, o que o levou à morte. A doença dessa criança – só diagnosticada após a autópsia – foi provocada pelo não funcionamento das glândulas adrenais. A semelhança entre esse caso e os ratos de Richter está na insuficiência ou ausência das glândulas adrenais, responsáveis pela produção da aldosterona, hormônio essencial na regulação do conteúdo de sódio no organismo. Sem esse controle, uma pessoa perde grande parte de sua capacidade de reter sódio e, para sobreviver, precisa repor constantemente esse volume perdido.

Em um estudo realizado no inicio do século passado, pacientes humanos foram submetidos à dieta praticamente sem sal durante dez dias. Os participantes relataram experiências extremas de sede e desejo de ingerir alimentos salgados, chegando a relatar perda de sono por essa razão. Eles se referiram também a alguns outros sinais comportamentais, como perda geral de apetite, dificuldade de concentração, perda do prazer e sensação de cansaço excessivo. São relatados também distúrbios graves resultantes da deficiência prolongada de sal na dieta como aborto, parto prematuro, retardo no crescimento, problemas reprodutivos, redução da massa muscular e fragilidade óssea, às vezes culminando em morte.

Apesar dessas evidências, alguns autores suspeitam que o apetite humano por sódio seja irrelevante, considerando que o principal fator, neste caso, é de natureza cultural. Isso implicaria uma série de diferenças entre humanos e animais quanto às necessidades de sódio. Os humanos preferem ingerir sal proveniente dos alimentos, enquanto a maioria dos animais opta pela ingestão de sal diluí do em água. Além disso, os humanos parecem ter apetite específico pelo sal de cozinha (NaCl), enquanto os animais ingerem outros sais de sódio, como bicarbonato de sódio (NaHCO3). Os animais também respondem rapidamente a uma deficiência aguda de sódio, com a ingestão de sal, enquanto nos humanos essa resposta depende de uma perda crônica de sódio.
ERIKA ONODERA

O Sal na Dieta Ocidental
O sal foi muito consumido na conservação de alimentos, principalmente carnes, na ausência das geladeiras modernas. Posteriormente seu consumo foi significativamente reduzido. Mas ainda hoje continuamos a apreciar alimentos salgados, como embutidos, carnes curadas e conservas, de modo que carregamos a herança de quase 8 mil anos de consumo de altos teores de sal, e seu sabor é requisitado da mesma forma que a cafeína, doces, gordura, carnes e outros alimentos consumidos em quantidades acima de nossas necessidades diárias.

A maioria das pessoas aprecia muito o sal, o que as leva a consumos elevados. Na dieta das sociedades ocidentais modernas, cerca de 10% do sal provém dos próprios alimentos consumidos; outros 5% são adicionados aos alimentos durante o preparo; e cerca de 77% se encontra em alimentos industrializados com elevado conteúdo de sódio, que normalmente é adicionado para aumentar a palatabilidade e, ou o tempo de conservação. Por exemplo, um simples macarrão instantâneo, com 85 gramas e 22,4% da necessidade energética recomendada diariamente, pode ter até 107% do conteúdo máximo tolerado de sódio diário. Uma pesquisa realizada em várias partes do mundo revelou que apenas 10% da população está preocupada com a quantidade de sal ingerida, o que evidencia a necessidade de maior atenção por parte das autoridades da saúde pública.

Sal e Hipertensão
Dados experimentais mostram que ratos alimentados com uma dieta mínima de sal vivem significativamente mais que outros que ingerem quantidades maiores. Em estudo realizado com uma colônia de chimpanzés, animais geneticamente próximos do homem, observaram-se aumentos progressivos na pressão arterial à medida que quantidades crescentes de sal foram adicionadas à dieta ao longo de 20 meses – a quantidade máxima de sal administrada aos chimpanzés foi similar à da dieta ocidental típica. Curiosamente, a hipertensão reverteu completamente seis meses depois de os animais retornarem à dieta natural. Em humanos, vários estudos confirmam que o consumo excessivo de sal é uma das principais causas de hipertensão arterial. Entre agricultores quenianos, por exemplo, que consumiam alimentos sem sal não havia casos dessa doença. Mas, quando os filhos jovens se engajaram no serviço militar, e começaram a consumir alimentos com sal, houve aumento na pressão arterial. Além disso, indivíduos do mesmo grupo que migraram para áreas urbanas, com dieta ocidentalizada, também apresentaram aumento da pressão arterial proporcional às quantidades de sal ingeridas.
ERIKA ONODERA

                                               No caso da hipertensão, o sal age nos rins e no cérebro e tanto o sódio quanto o cloreto são considerados vilões dessa patologia. Entre os principais mecanismos que provocam a hipertensão pela ingestão excessiva de sal estão a incapacidade renal de eliminá-lo. Isso eleva o acúmulo dessa substância no organismo e a consequente retenção de água. O aumento da concentração de sal no plasma sanguíneo que chega ao cérebro também ativa exageradamente áreas cerebrais responsáveis pela contração dos vasos sanguíneos; produção excessiva dos hormônios angiotensina II e/ou aldosterona; e déficit de vasodilatadores naturais no organismo, como o óxido nítrico e bradicinina.

Algumas pessoas são mais sensíveis aos efeitos do consumo de sal, mas, em geral, é preciso manter níveis balanceados dessa substância, levando em conta outros fatores como idade, estresse, fatores genéticos, sedentarismo e outros componentes alimentares como a gordura, que estão relacionados com o desenvolvimento da hipertensão arterial. Parece haver também uma diferenciação sexual, tendo sido constatada uma incidência de hipertensão maior em homens em fase reprodutiva. Após a menopausa e andropausa, no entanto, a incidência de hipertensão entre os dois sexos se equipara, indicando um possível efeito protetor dos hormônios sexuais femininos (principalmente o estrógeno) sobre o sistema cardiovascular.

Em trabalho recente realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), nosso grupo confirmou dados mostrando que ratas castradas (modelo experimental da menopausa humana) consomem mais sal que as submetidas à reposição hormonal com estrógeno, tanto em condições basais quanto após estímulos que provocam ingestão específica de sódio. Verificamos, também, que o estrógeno – pelo menos em parte – age sobre o sistema nervoso central em áreas cerebrais específicas relacionadas ao controle do apetite ao sódio. Como os circuitos cerebrais envolvidos nessa resposta estão associados ao desenvolvimento de resposta hipertensiva, é fundamental considerar as implicações clínicas da hiperatividade desse circuito no desenvolvimento da hipertensão arterial de fêmeas, particularmente em mulheres, no período pós-menopausa.
Atualmente também se discute uma possível conexão entre consumo excessivo de sal e distúrbios comportamentais. Essa relação já foi observada em ratos espontaneamente hipertensos, que apresentaram significativa redução da produção de serotonina – substância relacionada à saciedade e prazer – em regiões cerebrais envolvidas com a regulação cardiovascular, com o balanço corporal de sódio e água e com distúrbios comportamentais, como depressão e ansiedade. Distúrbios semelhantes foram registrados em grupos de americanos hipertensos que ingeriam altos teores de sal. Trabalhos realizados na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e na UFRRJ mostram uma clara relação entre a redução da produção cerebral de serotonina e consumo excessivo de sal em ratos.

Alguns trabalhos demonstram ainda que diferentes condições durante a vida intrauterina e neonatal podem induzir a manifestação de hipertensão em adultos. Uma das condições seria o consumo elevado de sal durante a gestação. Nosso grupo também mostrou que a inibição da produção do hormônio peptídico angiotensina II em períodos pré e neonatal altera as respostas de ingestão de sal expressa em ratos adultos, e possíveis relações deste padrão comportamental com a “programação” de uma resposta hipertensiva no adulto devem ainda ser mais bem investigadas.

Atualmente, os estudos sobre a ativação do sistema nervoso central utilizando a tomografia por emissão de pósitrons (PET) identificaram áreas sensíveis às mudanças na osmolalidade (concentração de substâncias capazes de reter água) do plasma e envolvidas na sensação da sede e apetite por sódio em humanos. Assim, um importante campo de pesquisa para trabalhos, no futuro, seria definir os mecanismos fisiológicos e moleculares que contribuem para regular os níveis de sódio no organismo, principalmente entender o funcionamento das complexas redes neurais que controlam a necessidade do mineral em animais e humanos. Esses estudos poderão ajudar a compreender melhor como o consumo de sal contribui para o agravamento da hipertensão em humanos.

Além da redução da pressão arterial, alguns estudos demonstraram também que dietas com baixos teores de sal reduzem a mortalidade por acidente vascular cerebral e contribuem para a regressão da hipertrofia cardíaca. Como os demais nutrientes, o sal deve constar da alimentação diária, mas é preciso estar atento à quantidade ingerida, particularmente nos produtos industrializados.
- A produção de sal é bem distribuída mundialmente e essa substância pode ser extraída da água do mar e de lagos salgados, ou a partir de depósitos minerais ou incrustações superficiais.

- Ingerir sal e água são os únicos mecanismos comportamentais que já nascem com a pessoa e se autorregulam para manter em equilíbrio os conteúdos corporais desses minerais.

- Por ser um poderoso conservante de alimentos, carregamos a herança de quase 8 mil anos de consumo de sal e seu uso é estimulado da mesma forma que a cafeína, açúcar e gorduras – alimentos que ingerimos em quantidades maiores que as necessidades diárias.
— Os editores
O poeta Homero referiu-se ao sal como “uma substância divina”.

Platão reverenciou a importância do sal dizendo que ele é “particularmente caro aos deuses”.

No Império Romano, a Via Salaria, era a principal estrada que levava a Roma e por onde passavam os soldados com cargas desse produto.

Para o senador romano Cassiodoro, o sal era mais importante que o ouro, porque “alguns precisam de ouro, mas todos precisam de sal”.

A palavra “salário” deriva do latim salarium, e este de sal, salis (em grego), porque era costume entre os romanos pagar-se aos soldados em quantidade de sal. Hoje, se uma pessoa é produtiva em seu trabalho, diz-se que ela “vale seu salário” ou “vale seu sal”.

A palavra “sal” aparece mais de 50 vezes na Bíblia em versículos como “Vós sois o sal da terra”. (Mateus 5: 13).

O papel do sal na reprodução e fertilidade é refletido no mito antigo da Vênus, que na tela de Sandro Botticelli nasce do mar.

“O sábio coloca uma pitada de açúcar em tudo o que diz ao próximo, e ouve com um grão de sal o que o outro diz.” (Provérbio tibetano)

No filme Vicky, Cristina, e Barcelona, de Woody Allen (2008), um dos personagens descreve da seguinte forma seu fracassado relacionamento amoroso: “O amor requer um equilíbrio perfeito. É como o corpo humano. Pode ter todas as vitaminas e minerais, mas se houver um pequeno e único ingrediente em falta, como o sal, por exemplo, a gente morre”. 
Biobehavior of the human love of salt. Micah Leshem, em Neuroscience and Biobehaviors Reviews, vol. 33, págs. 1-17; 2009.

Salt craving: The psychobiology of pathogenic sodium intake. Michael J. Morris et al., em Physiology and Behavior, vol. 94, págs. 709-721; 2008.

Central regulation of sodium appetite. Joel C. Geerling and Arthur D. Loewy, em Experimental Physiology, vol. 93, págs. 177-209, 2008.

Sodium intake and hypertension. Heikki Karppanen e Eero Mervaala, em Progress in Cardiovascular Diseases, vol. 49, págs. 59-75, 2006.

Links between dietary salt intake, renal salt handling, blood pressure, and cardiovascular diseases. Pierre Meneton et al., em Physiology Review, vol. 85, págs. 679-715, 2005. 
Extraído de Scienfic American Brasil Online

Estudo revela como hábitos diários influenciam a vida.

Matemático inglês calcula o efeito do que uma pessoa bebe, come e faz sobre a expectativa de vida dela.

por Salvador Nogueira para SuperInteressante Online
HÁBITOS QUE ADICIONAM TEMPO DE VIDA
Fazer exercício (primeiros 20 minutos): + 60 minutos
Fazer exercício (40 minutos seguintes): + 30 minutos
Tomar uma dose de bebida alcoólica: + 30 minutos
Comer frutas e verduras (5 porções): + 120 minutos
Tomar café (2 a 3 xícaras): + 30 minutos

HÁBITOS QUE TIRAM TEMPO DE VIDA
Cada dose seguinte de bebida alcoólica: - 15 minutos
Fumar meio maço de cigarros: - 300 minutos
Ver televisão por duas horas: - 30 minutos
Comer um bife (85 gramas): - 30 minutos

Fonte Using speed of aging and microlives to communicate the effects of lifetime habits, David Spiegelhalter, Universidade de Cambridge

Trabalhar em casa deixa você mais produtivo

Trabalhar em casa deixa você mais produtivo

Carol Castro  para a SuperInteressante Online

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Ao seu chefe com carinho.
Diz uma pesquisa publicada pela Universidade Stanford que trabalhar em casa aumenta em 12% sua produtividade. Isso porque você trabalha por mais tempo e melhor, já que o ambiente é mais silencioso e não tem os colegas para te interromperem com alguma piadinha ou um convite para um café.
Eles descobriram isso depois de fazer o teste com 255 funcionários de uma agência de viagens em Shangai, na China. Todos eles disseram que gostariam de trabalhar em casa. Então foram divididos em duas turmas: uma passaria quatros dias em casa e um no escritório; o outro grupo, mais azarado, seguiria a rotina de trabalho normal, sempre no escritório. Depois de nove meses assim, os pesquisadores perceberam a melhora de 12% na produtividade. E mais: ainda constataram que os atritos entre os funcionários caíram 50%.
Viu só que boa notícia? Compartilha com seu chefe ;)
Crédito da foto: flickr.com/slworking
Leia também:
Ficar entediado no trabalho pode matar
Trabalhar menos pode salvar o mundo

O poder das palavras

O poder das palavras

Carregadas de significados variados e proferidas em tons distintos, elas têm potencial tanto para prejudicar a saúde emocional como para curar distúrbios da mente.

 Por ADRIANA TOLEDO design THIAGO LYRA ilustração ANTONIO BOB
para a Revista Saúde Online
"O pregar que é falar faz-se com a boca; o pregar que é semear faz-se com a mão. Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras." O trecho extraído do Sermão da Sexagésima, de Padre Antonio Vieira (1608- 1697), embora desprovido da retórica impactante com que o pregador defendia causas sociais e religiosas no século 17, ilustra com destreza o impacto da comunicação verbal nas emoções humanas. "O conteúdo de uma linguagem, aliado ao seu ritmo e entonação, ativa áreas do cérebro como o córtex pré-frontal, responsável pela cognição e pela memória, e o sistema límbico, no hipotálamo, onde se processam os sentimentos", traduz, em outras palavras, o psiquiatra Vladimir Bernik, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

A partir desse estímulo na massa cinzenta, ocorre uma série de reações pelo corpo, como a liberação de hormônios do estresse pela glândula suprarrenal — o cortisol e a adrenalina —, ou, ao contrário, de substâncias como as chamadas endorfinas, que, no cérebro, induzem uma sensação de relaxamento e bem-estar. "De acordo como é empregada, a palavra pode promover tanto uma ação terapêutica como desencadear sentimentos de angústia e a depressão", complementa o especialista em medicina comportamental Ricardo Monezi, da Universidade Federal de São Paulo.

Pesquisadores dos quatro cantos do planeta buscam compreender os meandros desse fenômeno. No Instituto Max Planck de Cognição e Neurociências, em Leipzig, na Alemanha, a pesquisadora Annet Schirmer convidou participantes a ouvir palavras positivas ou negativas, pronunciadas em tom alegre ou agressivo. Em seguida, eles deveriam registrar suas impressões. "Quando pensamos no significado das palavras, homens e mulheres reagem de um jeito parecido. Mas é notório que elas apresentam uma percepção mais aguçada da cadência emotiva dos sons", revela Annet a SAÚDE!. Ou seja, o tom do discurso é mais importante para as mulheres.

"A vivência social, cultural e familiar influencia na maneira como as palavras nos impactam", observa o psicólogo Esdras Vasconcellos, da Universidade de São Paulo. Um estudo desenvolvido na Universidade de Hiroshima, no Japão, corrobora essa teoria. Depois de examinar 15 mulheres por meio de ressonância magnética, os cientistas concluíram o seguinte: aquelas com maus hábitos alimentares são mais afetadas emocionalmente por comentários desagradáveis relacionados à sua imagem corporal. O psicólogo Ingmar Franken, da Erasmus University Rotterdan, na Holanda, que também vem se dedicando a análises sobre o assunto, resume a SAÚDE! suas observações: "A conotação afetiva das palavras é processada pelo cérebro de modo imediato e automático", diz. "A interpretação desses conteúdos é necessária à sobrevivência de nossa espécie, já que nos permite distinguir algo benéfico e agradável de uma ameaça ou perigo, possibilitando que nosso corpo se prepare para nos defender adequadamente."

O poder curativo da palavra ganha sua maior expressão no campo da psicoterapia. "Ela é empregada para acessar repertórios conscientes e inconscientes e auxiliar na mudança de conceitos emocionais que causem malestar", afirma Vladimir Bernik. "Uma das estratégias é expor o indivíduo gradualmente aos seus medos e inibições para, aos poucos, neutralizá-los", explica Esdras Vasconcellos. O método é colocado em prática por meio de diálogos ou até de meditação, quando a pessoa é orientada a se concentrar e repetir palavras como "coragem" para superar sentimentos antagônicos. "Há também a hipnose, em que dispomos de uma entonação rítmica, monótona e persistente para induzir o relaxamento e trazer à tona informações inconscientes", conta Bernik.

Outros preceitos da psicologia são úteis mesmo longe do divã, nas interações do dia a dia. Um deles é o eufemismo. "Trata-se da utilização de palavras com conotação suave, que não provoquem estresse no outro, especialmente em momentos de fragilidade", esclarece Ricardo Monezi. "Se uma pessoa perdeu um parente querido, o ideal é evitar termos mais pesados, como morte." A capacidade dos neurônios humanos de reproduzir comportamentos e estabelecer empatia é outro aspecto valioso a ser explorado. "Falar calmamente, de forma pausada, escolhendo frases acolhedoras, gera uma sensação de conforto e aplaca ansiedade, nervosismo e aflições mútuas, já que o interlocutor tende a imitar o comportamento do emissor e vice-versa", garante Monezi.

Para exercer diferentes papéis na sociedade — o de profissional ou de amigo —, a adequação da linguagem também é fundamental. "Não pega bem, por exemplo, um advogado utilizar termos jurídicos, o tempo inteiro, em um evento descontraído com os amigos", ensina o linguista Sérgio Freire, da Universidade Federal do Amazonas. "Discursos inapropriados levam à alienação, ao isolamento social, o que pode culminar em depressão", avisa.

Finalmente, nesse mar de significados, é necessário aprendermos a nos blindar contra o efeito negativo das palavras. Sempre raciocine sobre o que escuta, analisando o contexto do discurso e a motivação de quem o profere. "O ideal é filtrar somente as informações que acrescentem algo positivo, sejam críticas, elogios ou conselhos, e abstrair conteúdos pejorativos, preconceituosos ou maliciosos", diz Monezi.

domingo, 18 de agosto de 2013

Brasil, meu Brasil brasileiro!

Aos amigos e às amigas que amam este país maravilhoso e este povo espetacular que somos, passo a discorrer estas singelas e descompromissadas linhas sobre um pouco de minha vivência por este mundão de Deus a fora.

Sou um felizardo, pois em meio à massa jogada à margem social tive o prazer de viajar e conhecer um pouco mais de perto este imenso planeta chamado Brasil.

Temos problemas, sim! Agora temos também um povo maravilhoso e lugares espetacularmente belos, que muitas vezes passam ao léu dos nossos olhares curiosos, pois os nativos acabam por se cansar do que veem todos dias em suas rotinas, e deixam escapar o quão belo são os momentos e lugares simples da nossa vida.

Pude vivenciar com muito prazer de Norte a Sul, de Leste a Oeste este território gigante pela própria natureza. Alguns lugares mais em detalhes do que outros, mas sempre aproveitando ao máximo o que cada lugar pode dar dentro das possibilidades que tinha para tal empreitada.

A região Norte é linda, uma pena que a maioria do povo brasileiro pensa que só há índios, onças, cobras, etc, nas ruas, e por este medíocre preconceito deixa de conhecer um povo extremamente hospitaleiro, simples, mas amoroso e cuidadoso uns com os outros, sejam de lá, de cá ou de qualquer lugar, e isto meus amigos, falta como sentimento aos brasileiros (ao mundo aliás). O povo sofre muito por lá. Faltam coisas básicas para a sobrevivência e dignidade de um ser humano, mas lutam, lutam, e persistem diariamente em meio ao habitat amazônico, e são felizes mesmo assim. Pasmem, se um dia tiverem a oportunidade de trafegar de barco pelos recantos longínquos da fronteira amazônica, verão que os ribeirinhos vivem com muito pouco (e nós reclamando todos os dias do muito que temos). Ahhh...que gostoso o ar amazônico despoluído, que maravilhoso são os sons da mata, que beleza poder deitar-se à margem dos rios em uma rede gostosa apraiada em árvores centenárias, de comer frutos, verduras, peixes, caças, tudo natural, sem os químicos da indústria moderna das urbes brasileiras, e melhor tudo de graça, ao dom de Deus.
O trabalho voluntariado ou de Instituições como a Força Aérea Brasileira nos dão orgulho de sermos um povo que se ajuda, e não espera pelos Governantes. A FAB meus queridos é (e foi) de suma importância para o desmembrar os caminhos desorientantes e intrincados complexos da floresta amazônica, que de tão exuberante é quase do tamanho de um continente. A história de desbravamento e de apoio ao povo ribeirinho, ao povo caboclo amazônico teve parte escrita pela FAB, e poucos brasileiros sabem disto. Onde o poder público com seu aparato (mesmo precário) não chega, a FAB transporta profissionais de saúde, mantimentos, profissionais diversos de todos os outros Órgãos do Governo que tem a oportunidade de viver uma experiência ímpar na vida.
O povo tido como civilizado também contribuiu para a destruição em massa da floresta (é o capitalismo selvagem industrial internacional), e com isto da alteração significativa de muitas culturas amazônicas, mas nenhum quiz ficar até o fim para construir e melhorar a vida destes povos. Vi cidades serem erguidas, outras ampliadas, muitas destruídas, mas a beleza do povo ainda persiste, e temos que aproveitar e preservar tudo isto. O ciclo da barrocha alavancou cidades como Belém e Manaus, que se tornaram, pelo menos na arquitetura, elos europeus para os novos desbravadores chegados, que o digam os belíssimos teatros Amazonas e da Paz. Viver sobre as águas é um dom, pontes, palafitas, ruas inteiras de madeira, casas e barcos, estes como principal meio de transporte. Ahhh...que saudade do açaí da tarde na Praça Batista Campos em Belém após a tradicional chuva da tarde da cidade das mangueiras.

O que falar do Sul, que povo tão amante de suas origens e raízes culturais. Muitos amigos e amigas reclamam que o povo sulista, especialmente o Gaúcho é fechado, não gosta do forasteiro, mas queridos lhes digo que fiz amigos gaúchos incontestes. Depois que você consegue se aproximar, ahhh...são tão gente boa e prezam pela amizade como ninguém. Tive o prazer de visitar as Serras e os Pampas....maravilhas...como nosso país é majestoso. O trato simples do Gaudério é o máximo. Que saudade da tarde fria com chimarrão de mate até roncar com a visão ao fundo dos pastos dos Pampas....delícia de vida...quão lutadores e predestinados são aquele povo, rapaz, que força de vencer, nos inspira. Churrasco...hummmm...como é maravilhosa a parrillada nos Pampas, que vinícolas e vinhos maravilhosos de acompanhamento, e olha que provei a carne dos Hermanos, mas a nossa é melhor é claro!
Porto Alegre, Canela, Gramado, Uruguaiana, Curitiba, Floripa, que maravilhas....como somos diversificados. Vá a um Natal Luz....uma maravilha que jamais esquecerá na vida, e as cantatas natalinas em janelas de casarios ou no Palácio de Cristal em Curitiba...que beleza pra lembrar a vida toda.

O Sudeste é mágico em termos de diversidade cultural, estrutural, pessoal, de tudo - uma mistura heterogênea ao longe, mas homogênea de perto. O desenvolvimento desta Nação começou por lá, e temos que ter respeito pelas tradições e lutas deste povo que sempre esteve à vanguarda das descobertas e intenções futuras. Sabemos que os Nordestinos, como os Amazônicos, ou os Planaltinos também fizeram a base desta riquíssima história, e hoje são Paulistanos e Paulistas, Cariocas, Mineiros, etc.
As três megacidades SP, RJ e BH são um capítulo (não!!! vários) à parte. Que histórias espetaculares temos destes povos. Ao cruzar pelo centro de Sampa vejo a multidão no vai-e-vem do dia-a-dia, mas que povo lutador, sempre apressado, mas também vi um povo alegre, que sempre que pode curte a vida, e meus amigos para quem quer atrações, Sampa é incomparável. Esta megalópole tem a segunda (já com expectativas de ser  a primeira) frota de helicópteros do globo, há mais carros do que pessoas em muitas cidades brasileiras, prédios....aonde não os há....?! Museu do Ipiranga, Av. Paulista, Aquário, Jardim Botânico, Teatro Municipal, Parque do Ibirapuera, Bexiga, Brás, Vila Madalena, Bom Retiro, Liberdade, Catedral da Sé, 25, Moema, MASP, Estação da Luz, Sala São Paulo, MAM, Pinacoteca, Praça da Sé, Zoo, ufaaa!!rsrss..vou parar...sem esquecer dos bares, botecos, casas noturnas, restaurantes, padarias espetaculares, que maravilha!!! E o interior com suas cidades charmosas e excelentes para se viver, com elevadíssimos índices de IDH...isto seria um capítulo especial...

Contemplar as ondas de Copacabana ou Ipanema é beautiful, ir aos museus, teatros, comer em botecos, vista do Forte de Copacabana ou do Leblon, da Urca, do Cristo, o que será que fora feito para este belo e hospitaleiro povo ter tido o imenso privilégio de conviver em uma cidade tão bela, onde em uma parte pelo menos, se unem o mais belo artístico de um quadro de Renoir ou Picasso, ou seja, as belezas naturais e as artificiais. Este papo de que carioca e malandro é verdade meus queridos, mas no bom sentido, ou seja, é um ser inteligente, que batalha todo dia a comida de casa, que busca sempre a melhora, que está sempre feliz, e não falo só de carnaval, é do sorriso do carioca que vemos a hospitalidade surgir.
Saudades dos entardeceres lindos deitados em uma rede olhando para o Cristo...somos felizes com pouco e nem percebemos. Tive o prazer de ir ao Maraca lotado ver o Zico jogar, por isto me apaixonei pelo futebol e pelo Fla, que o diga o dia em que espremido, já quase desiludido e saindo do maior do mundo fui jogado ao léu pela massa empolgada em um rojão de felicidade inigualável com o golaço inesquecível do Pet de falta no fim do jogo contra o Vasco...ahhh..como ali somos todos iguais...democracia total..brancos, negros, mulatos, pardos, de quaisquer credo ou religião, sexualidade, opinião, eruditos e pobres de cultura, por isto é o esporte que mais integra e promove as culturas....que geral maravilhosa...
Passear pelas calçadas de pedras portuguesas de Copa é algo inebriante...vale a pena sentir a energia daquele povo belo. Insulano, vivi muitos momentos bons na Ilha do Governador, e às portas o Fundão.
O povo do subúrbio é sem dúvidas a principal fonte de energia e luta dos cariocas, tenho vários amigos da ZL, ZO, ZN, muitos que ladeiam a Av. Brasil, que aliás merece o nome que tem, pois congrega várias culturas ao seu percurso...que saudades boas...RJ uma oitava maravilha do mundo! Petrópoles, Teresópolis, Nick City, Angra, Búzios, ahhh..vou parar..se até a família Real Portuguesa se encantou, imagine nós, os pobres mortais...vá ver de perto, vale a pena e é espetacular.

MG, ahhh...as Gerais tem história!! E uma das mais ricas e belas deste país. Experimentem percorrer as estradas de ferro, as rotadas do ouro e dos minérios, do café, as estâncias termais, as serras maravilhosas, que povo sensacional. O ar interiorano combinado com a potência urbana de BH a faz uma cidade especial para se viver. O povo...ahhh..este..o mineirinho...sem palavras..que hospitalidade...que simplicidade...ahh..saudades dos queijos deliciosos, das águas ardentes especiais, dos vinhos, dos sabores, dos cheiros, das cores...e que sabores...passar por BH e não provar a comida caseira das Gerais é um pecado..que delícia inigualável...ahhhh.
Encravada entre as poderosas serras e montanhas, BH é bela. O seio de Minas tem história, e rica, de força. Povo que sempre lutou, que sempre quiz o melhor, que sofreu, que foi explorado, escravizado, mas que preserva e tem orgulho de suas raízes culturais.
Viva e vá até a estrada real, até a rota do ouro, às cidades históricas, às estâncias hidrominerais, aos chalés ao sopé das serras, sensacional, imperdível.
Quão belas lembranças das manhãs da feirinha da Afonso Pena, das tardes e noites da feirinha do Mineirinho, das caminhadas em volta da Lagoa da Pampulha, Oscar, como foi brilhante, e ao percorrer BH se entende logo o motivo de ter sido um dos maiores arquitetos do globo.
Rapaz, que povo mais amigável, ao fim dos dias, bares, botecos, restaurantes todos lotados pela alegria contagiante dos mineirinhos e mineirinhas...outro capítulo em separado...srsrsrs.

Brasília foi planejada e construída para as elites, mas hoje respira o ar dos seus reais construtores. Este pedaço vermelho de terra do planalto central é sensacional. Fora toda a arquitetura da Catedral, da Praça dos três poderes, vemos um povo lutador e que sabe o que quer todos os dias. Pistão Sul, Taguá, Núcleo Bandeirantes, Gama, Cruzeiro, as feiras dos Importados e de Guará.
O CO é cheio de surpresas boas. Povo feliz, povo que luta, povo simples, povo do campo. A lida com o gado, com as árvores, com a terra, com plantações, o caboclo que é uma mistura de vários locais, incluindo os N, e NE que migraram para a construção do sonho de uma cidade planejada para ser a Capital Federal.
As mesmas grandezas das Gerais temos em outras proporções nos planaltos, planícies e cadeias montanhosas de Goiás, dos maiores campos alagados do globo em MS, da exuberância do cerrado e da caatinga em MT, ahhh...que belas cachoeiras, rios, pescarias, brisas do campo e das montanhas, que ar puro...saudades...vale a pena viver para ver e vivenciar esta maravilhosa jornada de descobertas que é passear pelo CO. As terras vermelhas meus amigos, não são de sangue (apesar de já terem sido derramados muitos litros), mas de vida exuberante e diversificada deste ecossistema rico, e especialmente do seu povo quieto, desconfiado, mas hospitaleiro ao seu modo. Tive o prazer indescritível de subir uma serra com amigos...e galera...foi demais...para nos premiar..uma vista de estontear a cabeça e alegrar a alma...como Deus é perfeito e poderoso...somos um mínimo nesta imensidão...rapaz...é revigorante...Chapada dos Guimarães...vá lá!! Águas termais, tracking, ecoturismo, mergulho em águas cristalinas que parecem aquários, chalés em meio ao pantanal, que beleza...vá e curta o melhor do povo planaltino.

Pessoal, tinha que deixar o NE para o fim. Sem medo de ser feliz digo que posso reunir todas as características supracitadas e adicionar outras peculiares aos Nobres Nordestinos. Força!! Força!! Só vendo pra crer. Que povo exuberante, caloroso, feliz, aconchegante, amigo, trabalhador, lutador, são tantos adjetivos que em meio ao caos urbano das capitais NE, como Recife, Salvador, Fortaleza, Natal, etc, temos o ar deste povo histórico.
Luta, rapaz, sofrimento é uma constante no Sertão, e tive esta experiência várias vezes de passar, de dormir, de viver com, de conversar, de pesquisar, de estudar, de compreender, de fazer amizades, de atender, de ajudar, este povo que historicamente tem tão pouco e muito ao mesmo tempo. Explico, todos sabemos que sofrem com falta de tudo, água, esgoto, saneamento, saúde, educação, segurança, energia elétrica, dignidade, respeito, mas tem força, felicidade, luta, prazer em viver, são contagiantes...JAMAIS esquecerei as lições dos Nordestinos e dos Sertanejos...as praias meus amigos e amigas, são de outro mundo de tanta beleza, mas o povo, este sim, este é o principal patrimônio desta região.
Volto às asas da FAB, e lhes digo que muitas ações humanitárias são feitas pela Força Aérea, mas também muitos profissionais doam seu tempo e dinheiro para ajudar este povo, como médicos e profissionais de saúde. Participei de um "Médico sem Fronteiras", e amigos, foi espetacular. Isto mesmo, muito trabalho, acordar na madrugada, andar pelo chão batido de terra seca e rachada, cactos, espinhos, casebres ao longe, bodes magros, galinhas quase sem carne, terras, muitas terras sem o apoio dos governantes, e ao deitar-se já na madruga...nem sentia o cansaço, só a alegria e a sensação indescritível de amor ao próximo. Penso cá com meus botões nesta tarde chuvosa - qual o motivo de termos nos tornado seres tão desumanos a ponto de humilharmos nossos próprios irmãos de raça e o que é pior, fingirmos que não vemos nada?
Para citar o quanto esta região é especial teria que discorrer incontáveis linhas...e já estou de delonga né...adoro este Brasil...rsrsr...amigos e amigas...saiam do seu recanto se puderem,  e em vez de quererem ir aos USA, à UE, venha conhecer preimeiro o Brasil, e não esqueça dos ribeirinhos amazônicos e dos sertanejos.

Um senhor sertanejo do Crato -CE me disse com um olhar de orgulho que jamais trocaria sua vida por outra diferente da que vivera até o momento, pois era feliz todos os dias e agradecia a Deus por tudo que tinha...ao voltar ao caos urbano fiquei lembrando da beleza da sapiência e da serenidade pacífica que aquele senhor emanara...ahhh...que saudades...simplicidade, paz, amor...voltem!!!

Cabra da Peste bom de vida!!!

Siga em frente e não desista jamais!!!

Everybody Hurts

R.E.M.

When your day is long
And the night the night is yours alone
When you're sure you've had enough of this life
Hang on

Don't let yourself go
'Cause everybody cries
And everybody hurts, sometimes

Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along
When your day is night alone (Hold on, hold on)
If you feel like letting go (Hold on)
If you think you've had too much of this life
To hang on

'Cause everybody hurts
Take comfort in your friends
Everybody hurts
Don't throw your hand, oh no
Don't throw your hand
If you feel like you're alone
No, no, no, you're not alone

If you're on your own in this life
The days and nights are long
When you think you've had too much of this life
To hang on

Well, everybody hurts
Sometimes, everybody cries
And everybody hurts, sometimes
But everybody hurts, sometimes
So hold on

(7x)
Hold on

Everybody hurts

You're not alone

Todo Mundo Se Machuca

Quando seu dia é longo
E a noite - a noite é solitária,
Quando você tem certeza de que já teve o bastante desta vida,
Continue em frente

Não desista de si mesmo,
Pois todo mundo chora
E todo mundo se machuca, às vezes...

Às vezes tudo está errado,
Agora é hora de cantar sozinho.
Quando seu dia é uma noite solitária (aguente firme, aguente firme)
Se você tiver vontade de desistir (aguente firme)
Se você achar que teve demais desta vida,
Para prosseguir...

Pois todo mundo se machuca,
Consiga conforto em seus amigos.
Todo mundo se machuca...
Não se resigne, oh, não!
Não se resigne
Quando você sentir como se estivesse sozinho.
Não, não, não, você não está sozinho...

Se você está sozinho nessa vida,
Os dias e noites são longos,
Quando você sente que teve demais dessa vida para
seguir em frente

Bem, todo mundo se machuca
Às vezes, todo mundo chora
E todo mundo se machuca, às vezes
Mas todo mundo se machuca, às vezes
Então aguente firme

(7x)
aguente firme, aguente firme...

Todo mundo se machuca

Você não está sozinho


Beautiful Day

U2

The heart is a bloom
Shoots up through the stony ground
There's no room
No space to rent in this town

You're out of luck
And the reason that you had to care
The traffic is stuck
And you're not moving anywhere

You thought you'd found a friend
To take you out of this place
Someone you could lend a hand
In return for grace

It's a beautiful day
Sky falls, you feel like
It's a beautiful day
Don't let it get away

You're on the road
But you've got no destination
You're in the mud
In the maze of her imagination

You love this town
Even if that doesn't ring true
You've been all over
And it's been all over you

It's a beautiful day
Don't let it get away
It's a beautiful day

Touch me
Take me to that other place
Teach me
I know I'm not a hopeless case

See the world in green and blue
See China right in front of you
See the canyons broken by cloud
See the tuna fleets clearing the sea out
See the Bedouin fires at night
See the oil fields at first light
And see the bird with a leaf in her mouth
After the flood all the colors came out

It was a beautiful day
Don't let it get away
Beautiful day

Touch me
Take me to that other place
Reach me
I know I'm not a hopeless case

What you don't have you don't need it now
What you don't know you can feel it somehow
What you don't have you don't need it now
Don't need it now

Was a beautiful day

Lindo Dia

O coração é uma flor
Que brota no chão rochoso
Mas não há nenhum quarto,
Nenhum lugar para alugar nesta cidade

Você está sem sorte
E o motivo que você tinha para se preocupar
O trânsito engarrafou
E você não está indo a lugar algum

Você achou que havia encontrado um amigo
Para lhe tirar deste lugar
Alguém a quem você pudesse dar uma força
em troca de misericórdia

É um lindo dia
O céu desaba, e você sente que
É um lindo dia
Não deixe ele escapar

Você está na estrada
Mas não tem destino
Você está na lama,
No labirinto da imaginação dela

Você ama esta cidade,
Mesmo que isso não soe verdadeiro
Você conhece ela inteira,
E ela conhece você por inteiro

É um lindo dia
Não deixe ele escapar
É um lindo dia

Toque-me,
Leve-me para aquele outro lugar
Ensine-me,
Eu sei que não sou um caso perdido

Veja o mundo em verde e azul
Veja a China bem na sua frente
Veja os canyons rasgados por nuvens
Veja o cardume de atum limpando o mar
Veja as fogueiras beduinas à noite
Veja os campos de petróleo à primeira luz e,
Veja o pássaro com um ramo no bico
Depois da enchente todas cores apareceram.

Era um lindo dia
Não deixe ele escapar
Lindo dia

Toque-me,
Leve-me para aquele outro lugar
Alcance-me,
Eu sei que não sou um caso perdido

O que você não tem, você não precisa agora
O que você não sabe você pode sentir de alguma forma
O que você não tem você não precisa agora
Você não precisa agora

Foi um lindo dia...

sábado, 17 de agosto de 2013

Urbes, o que se esparar delas!

Fico cá pensando com meus botões: O que estes conglomerados urbanos deste século nos trazem de bom ou de ruim?

É uma questão complexa e controversa, pois temos diversos ângulos de visão, mas para simplificar vou ver o lado prático de quem utiliza ao ano alguns destes monstros, incluindo a megalópole SP.

O trânsito - loucura! Não há como não falar em cidades grandes atualmente sem excluir o trânsito, e tanto para quem utiliza automóveis particulares como públicos. Vimos a experiência da Copa das Confederações e da JMJ, e não foi boa.
Todos os dias há enormes engarrafamentos por aí, e digo mais, isto não está sendo só um problema das urbes, mas até nas modestas cidades interioranas já presenciamos um certo desconforto. Nossos governantes? Para não dizerem que não fazem nada, corroboram com o caos, ou seja, cito o boom de aquisições de carros particulares incentivado pelo Governo Federal, que poderia ter até um slogan: deixe de comer, mas não de ter um carro!
Infraestrutura viária? Hahahaa....perto de zero! Quando não se superam em construções megas e sem utilidades práticas. Cito exemplo de um arremedo de túnel e micro complexo viário em Recife próximo ao aeroporto Guararapes. Passou anos para terminar, com inundações, lamaçal, desvios bizarros, engarrafamentos loucos, queda do teto e explosões, e ao ser inaugurado...hahahaha...uma piada! Um buraquinho na pista para passar por baixo da rodovia, que só em sentir a brisa marítima já alaga e empaca o trânsito, e pensei que fariam o novo Eurotúnel, sem falar que com a grana que gastaram....sei não.

Ônibus ou metrô? Fala sério!!! A ganância dos empresários é estupenda e proporcional ao sofrimento do povo. Em vez de caminharmos para o transporte de massa de qualidade (lembrem do incentivo ao individualismo com aquisição de carros e motos - vemos todo dia um carro e somente uma pessoa dentro) como em países desenvolvidos, somos tratados como boiada levada para o abate...uma porcaria sem fim.

Estacionar em locais públicos? Hahaha...tente ir ao shopping, ao cinema, ao teatro, ao hospital, ao centro, ao estádio de futebol, ao clube de domingo, a uma praia, ao supermercado, a um parque urbano, à rodoviária ou aeroporto, fala sério!!! Há casos destes, que sabemos que pagamos absurdos de taxas de estacionamentos (em SP vi casos de dezenas de reais para meia hora na Paulista), mas ainda assim não temos garantia de comodidade, ou seja, somos explorados do mesmo modo.

As ruas esburacadas e com péssima sinalização, fora aquelas que nem calçadas são...em Jaboatão dos Guararapes -PE isto virou rotina, ou seja, se formos uma a duas quadras da praia vemos quase todas as ruas sem calçamento, não consigo entender isto (ou prefiro me negar a tal). Em Belo Horizonte há ruas do mesmo modo próximas à bairros nobres, como Pampulha e Savassi, em Sampa é só andar pelo subúrbio que isto aparece, igual ao Rio de Janeiro, que até na parte da "Cidade Maravilhosa" vemos, que o digam ruas da ZS.

Outro dia no metrô de SP comecei a bater papo com um rapaz, e olha que isto é raro!! Ele estava com a esposa e um filho, ambos vinham do trabalho e o menino da escola, e se mostrou interessado em um livro que eu ia lendo sobre alimentação e qualidade de vida. No papo ele me disse que já leu mais de 100 livros durante os trajetos de metrô, fora cursos de áudio, TV pelo celular, etc, pois percebeu que passava de 3 a 4 horas ao total de translado entre a casa e o trabalho no centro (ônibus, trem e metrô), uma loucura do caos urbano atual que nos escraviza e nos força a fazermos algo que até bem pouco tempo era impensável. Quando ele citou que entrava no trabalho às 7h e saía às 18h, hummm...imagine quanto tempo ele e a família dormem, ou simplesmente passam juntos em casa vendo uma TV, conversando, brincando, indo a um parque, etc...somos cada vez mais privados do tempo...e ele meus amigos...voa mesmo!

Recente em BH fui ao Shopping Del Rey, e observei uma multidão se espremendo para entrar nos cinemas...filas intermináveis...até para a pipoca...loucura...minha sorte é que tinha várias opções de ônibus, mas na parada horrivelmente iluminada em frente ao Shopping em direção à Av. Antônio Carlos, percebi a luta selvagem por espaço em vários ônibus.

Outrora em viagem pelas praias nordestinas (PE-PB-RN-FZ) mais uma vez vi que até nas mais isoladas temos os problemas de trânsito, e estradas péssimas. Em Porto de Galinhas, ou em Jericoaquara ou Canoa Quebrada, ou na Pipa, para chegar é uma loucura, para estacionar outra, há flanelinhas que cobram o custo de um estacionamento da ZS de SP (Shopping Ibirapuera, p.ex.) para te deixar utilizar a rua pública...rsrsrs..só rindo para manter a calma. Nas areias, haaaa..agora vou aproveitar...aí reside outro problema, para tanto tenho que disputar espaço e procurar incansavelmente um lugar ao sol (digo à sombra), e quando finalmente termino a batalha...sou informado que há uma espécie de pedágio...isto mesmo meus queridos...paga-se para se sentar sob o guarda-sol, e caro viu...gira em média de dezão por cabeça...e somos brasileños e temos grana...por isto tem mais...sou avisado que há uma consumação mínima...lembrei da ZS de Sampa...que mínimo máximo!!! O pior é que se estes custos nos garantissem qualidade no atendimento e na consumação...beleza (é o que tem!), mas não...pasmem...paguei mais caro por um peixe na praia do que em um restaurante chique na Paulista....fazer o que, dá trabalho pescar né!!

Recente fiz um passeio de bike com meu filho...loucura..além da falta de ciclofaixas adequadas, há tanta gente para pouco espaço correto que vira um caos urbano também...engarrafou tudo...kkk...até de bike malandro. Paramos para tomar uma água de coco, rapaz...pensei que o coco veio da lua ou da Estação Espacial...o custo de vida tá uma loucura...e o governo diz que a economia tá uma boa...pra quem? Pra eles é claro!! O trânsito...ahhhh...este estava tão louco quanto durante a semana...estamos quase em todas as cidades (capitais) virando SP.

Outro dia fui socorrer um amigo e levá-lo a uma UPA....ufa!!! Depois de percorrer quilômetros de carro (imaginem que vai de bus) achamos vaga em uma há uns 20 km da casa dele. Médico pra atender....aí é querer muito. A UPA até era novinha, mas.....como sofre este povo. O amigo com dor, e tome espera. Quando conseguimos um atendimento por uma enfermeira, ela disse que queria colaborar com o povo, pois o médico adequado faltara o trabalho, e que isto era normal, e eu questionei se a administração do Posto não acionava algum médico reserva...fiz papel de palhaço ou de turista estrangeiro...além de ela ter rido na minha cara...disse que eu era ingênuo..."meu filho estamos no Brasil"...já viu alguém buscar melhora para o povo? Rapaz tive que dizer que não!!! Companheira, ao sairmos fomos a uma farmácia popular pegar o remédio que um médico gineco assinou a receita (ninguém viu o médico tá), pra variar...remédio que é bom...nada. Para ajudar o amigo, fomos a uma farmácia, e quando parti para a boa ação...meu amigo...como custa caro ficar doente neste país.

No começo do ano bateram em meu carro (um motoqueiro sem CNH e documento da moto, na contra-mão e avançou o sinal, e tive que tomar cuidado pra não apanhar!!!), fui fazer um BO, rapaz...vi cada coisa na delegacia...e olha que depois de horas de espera...fui atendido por uma agente que parecia estar com cólicas menstruais...meu amigo..loucura...parecia que eu era um bandido...minha sorte que a delegada de plantão era minha amiga de faculdade...aí quando a vi que as coisas melhoraram um pouco..saibam...não pedi privilégios, mas só melhora na qualidade da prestação do serviço público.
Um rapaz me disse na fila que roubaram a moto dele, e como ele a utilizava pra trabalhar com a esposa em um micronegócio pela internet (loja virtual e entrega em domicílio), estava tendo prejuízos, e todo dia ia à delegacia ter notícias, até que um dia um agente lhe disse que só com muita reza ou grana pra recuperar a moto...e ele voltou, no dia que eu fui, para acertar as coisas...não perguntei se ele rezou muito!!!kkkkk...

Participei de um trabalho em uma escola pública, pois também fiz licenciatura, e pasmem...não sabia se os alunos ou os professores e gestores eram mais desinteressados. Tentei aplicar metodologia mais próxima da realidade dos alunos, e como era uma escola em que a maioria era de uma comunidade próxima, falei muito sobre mercado de trabalho, drogas, educação, saúde, respeito, comportamento, oportunidades, perseverança, etc. Até consegui aumentar a fidelidade da presença em sala com aulas dinâmicas com datashow e internet, vídeos, jornais, celulares, etc, mas o apoio dos outros mestres ficou difícil...reclamavam o dia todo, e sendo justo, alguns me ajudaram sim, mas a minoria.
A educação está indo de vento em popa para o fim do túnel. A politicagem só quer mesmo que o povo seja ignorante e fique à margem da sociedade e das decisões importantes. Analfabetos funcionais! Em um texto de dez linhas (ufa...era um castigo enorme escrever quando se pode imprimir da net) havia mais erros grosseiros do que pingo de chuva em dia de temporal, e me refiro a grosserias mesmo...tipo caza (casa), Brazil (Brasil), xuva (chuva), iscola (escola), bibloteca (biblioteca), etc..sem falar nas respostas mais absurdas que já vi...que imaginação, e nem cobrei a questão da coerência, concordância, regência, etc..e nem sou professor de língua portuguesa. Merenda...o pouco que tinha, além de ruim, servia para manter a presença dos alunos na escola, muitos só tinham aquilo como refeição do dia. Livros? Além de desatualizados e jogados em um canto ao pó, a falta de incentivo à leitura e o excesso de emprego da net os banalizou e privou os alunos do prazer de ler. Esportes...só se for pra brincar...faltava tudo, e ainda se perguntam o motivo de não sermos uma potência esportiva como os USA.
A escola parecia muito com uma prisão, pois havia grades por todos os lados, policial, câmeras, e todo mundo era vigiado. A violência escolar é assustadora!! E saibam que estes mimos foram adquiridos com os pobres salários dos professores, pois cansaram de virar saco de pancadas.

Voltei a correr e caminhar. Observo em meu trajeto a calamidade que é a mobilidade dos pedestres pelas ruas. Calçadas? Quando existem, servem de tudo, menos de meio de mobilidade urbana aos pedestres. Os particulares (empresas, lojas, hospitais, etc) utilizam as calçadas públicas como extensões de suas propriedades, e o poder público finge que não vê. Há buracos, cadeiras, mesas, postes, árvores, lama, esgoto, água, etc, no trajeto das calçadas das urbes brasileiras.

Vou parar por aqui....há tantos problemas que teria que discorrer uma Barça para exemplificar...e ainda seria conciso!!!

Abraços,

Viva a liberdade de pensamentos e a capacidade de criticidade!!


domingo, 4 de agosto de 2013

Até 73% dos erros cometidos em hospitais no país são evitáveis.


 
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO para a Folha Online
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Até 73% dos erros que acontecem dentro de hospitais brasileiros, como medicações trocadas ou operação de membros errados, poderiam ser evitados.
É o que apontam estudos da Fiocruz apresentados no QualiHosp (congresso de qualidade em serviços de saúde) e que ajudaram o Ministério da Saúde a criar novas normas de segurança hospitalar que passam a valer a partir de 2014.
As pesquisas, feitas em dois hospitais públicos do Rio, encontraram uma incidência média de 8,4% de eventos adversos, semelhante aos índices internacionais.
No Brasil, no entanto, é alto o índice de problemas evitáveis: de 66,7% a 73%. Em outros países, a incidência variou de 27% (França) a 51% (Austrália).

Editoria de Arte/Folhapress

Em números absolutos, isso significa que, em 2008, dos 11,1 milhões de internados no SUS, 563 mil foram vítimas de erros evitáveis.
Para Walter Mendes, pesquisador da Fiocruz e consultor do comitê do programa de segurança do paciente, embora haja limitações metodológicas ao extrapolar os resultados para o resto do país, os estudos indicam a magnitude do problema.
"É um quadro barra pesada. Nos países desenvolvidos, existem políticas de segurança bem consolidadas. Aqui estamos acordando com um pouco de atraso", diz ele.
Segundo Mendes, a política de segurança do paciente não pode ser vista em separado do "imenso caos" que vive a maioria dos hospitais.
"A questão é adotar mecanismos impeçam que o erro chegue ao doente", afirma.
A morte da menina Stephanie Teixeira, 12, que em dezembro de 2010 recebeu vaselina em vez de soro nas veias, é um exemplo de erro evitável. Os frascos eram idênticos, e os nomes dos produtos estavam em etiqueta de mesma cor.
Para Angela Maria da Paz, gerente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), esses casos acontecem porque as instituições não seguem protocolos. "Existem ferramentas capazes de prevenir esse tipo de erro."
No Brasil, diz ela, os eventos adversos são subnotificados e, em geral, só se tornam visíveis quando viram caso de polícia. "Existe a cultura do castigo, as pessoas escondem, têm medo. O erro deve ser aproveitado como aprendizado, não para punição."
Para o professor Jesús María Aranaz Andrés, chefe do serviço de medicina preventiva do hospital Sant Joan d'Alacant (Espanha), a reparação do erro pode ser resolvida de várias formas, como pela compreensão e correção ou por indenização.
"Só não pode haver culpabilização porque isso leva à ocultação. Se escondermos a cabeça na areia feito avestruz, não vamos aprender."
O pesquisador Paulo Santos Sousa, professor da Universidade Nova de Lisboa (Portugal), diz que as mudanças devem ser de cultura.
"Bactéria não tem asas. Ela passa de paciente para paciente porque alguém a carregou nas mãos. Sempre se soube que lavar as mãos é importante, mas continua sendo um desafio."
Segundo Angela Paz, da Anvisa, a agência construirá uma ferramenta eletrônica para monitorar os eventos adversos e agir na prevenção.
Um dos pontos da política, segundo ela, é uma negociação com o Ministério da Educação para que as faculdades de medicina coloquem em seus currículos o tema de segurança do paciente.
Outra ideia é disseminar essas informações ao paciente para que ele se torne atuante no processo, e não um mero espectador.

Formação de professor fica longe da realidade da escola.

 
DE SÃO PAULOpara Folha Online

Ouvir o texto
Quem educa os educadores? A educação no Brasil ainda é um ponto crítico para o desenvolvimento do país.
A qualidade do que se ensina nas escolas puxa o Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro para baixo e coloca o Brasil no fim da lista de países em termos de qualidade de ensino de ciências e de matemática.

Veja o especial Quem educa os educadores?
 
As causas disso dividem a opinião de educadores, de gestores e de especialistas. Muitos, no entanto, concordam que um dos gargalos da educação está justamente na formação do professor.
De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, o que se ensina nos cursos de pedagogia (que formam quem dá aula para as crianças de seis a dez anos, do ensino fundamental 1), e nas licenciaturas (que graduam os docentes dos jovens de 11 a 17 anos, do fundamental 2 e do ensino médio) está bem longe da realidade encontrada na escola.
Isso porque os estágios ocupam, em média, 10% da carga horária da graduação para formar professores.
Em países como os EUA, a relação é oposta: a maioria das disciplinas é prática.

Assista ao vídeo em dispositivos móveis
 
DIPLOMA
Para dar aula no Brasil, é preciso, desde 2009, ser graduado em uma licenciatura.
Isso significa que, por aqui, um engenheiro não pode lecionar matemática porque não é licenciado.
Hoje, 24% dos que estão na sala de aula não fizeram curso universitário. Há, inclusive, quem nem tenha concluído o ensino médio (8,4 mil de 2,1 milhões docentes).
A obrigatoriedade do diploma de licenciatura para dar aula fez ainda com que a graduação de pedagogia à distância ganhasse força.
O número de cursos remotos de formação de professor aumentou de 6.077 para 273 mil de 2000 a 2010.
Mesmo assim, ainda faltam docentes na sala de aula. O Ministério da Educação calcula que pelo menos 170 mil vagas para professores de matemática, química e biologia estejam sem dono.
Os motivos disso? Aqui também há divergências. Há quem diga que o problema seja o salário. Para alguns, o piso nacional para o professor, estipulado em R$ 1.567, não consegue atrair nem segurar grandes talentos da educação.
Por essas e por outras, quem se forma em matemática no Brasil, por exemplo, acaba preferindo não ir para a sala de aula.
Hoje, o professor brasileiro é, em geral, uma mulher que tem entre 30 e 50 anos que veio de uma família de baixa ou média renda. A maioria (78%) trabalha em uma única escola.
Boa parte dos docentes reclama do salário e da condição das escolas, mas não de sua própria formação.
Apesar dos problemas, 68% dos pedagogos se sentem bem preparados, de acordo com dados do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).

Editoria de Arte/Folhapress

Rastreador para Android: atrasado, Google lança ferramenta própria.

Thiago Barros Para o TechTudo Online
 
O Google, enfim, anunciou que terá seu próprio serviço de rastreamento de celulares. A gigante das buscas era uma das poucas empresas no mercado de smartphones a não fornecer nenhum tipo de suporte a tal tecnologia. A concorrência, como Apple, Microsoft e BlackBerry, já oferecem soluções semelhantes há tempos.

Google, enfim, anunciou seu próprio rastreador para Android (Foto: Divulgação) 
Google, enfim, anunciou seu próprio rastreador para Android 
(Foto: Divulgação)
 
A novidade foi anunciada por meio de uma publicação no blog oficial do Android no Google e ainda não tem uma data exata para chegar ao mercado, mas o prazo é que ele seja lançado ainda este mês.


O Android Device Manager, futuro nome do serviço, terá duas funções simples de segurança: além do rastreador, também será possível apagar os arquivos e dados pessoais do celular. “Perder o telefone pode ser estressante e o Android Device Manager pode ajudar você a evitar que seus dados caiam nas mãos erradas. Se o telefone não for recuperado, ou tiver sido roubado, você pode apagar todos os seus dados do aparelho de forma rápida e segura”, diz o Google.

O rastreador funcionará como todos os seus concorrentes, que fornecem programas ou endereços na web para descobrir a localização exata dele e, também, enviar alertas sonoros, mesmo que o celular esteja no modo silencioso.
O serviço estará disponível para usuários que possuem smartphones com o Android 2.2 ou superior “até o fim do mês”, segundo o Google. Será necessário estar logado à Conta do Google para utilizar o programa. Além da versão para acessar pelo PC, haverá um aplicativo para ser utilizado no próprio celular.
Antes do anúncio, outras empresas - e até mesmo algumas fabricantes, como a Sony - já haviam lançado aplicações do gênero, para suprir a ausência deixada pelo Google.

Quer ver algo?