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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pílula diminui pela metade risco de câncer de ovário.

Apesar disso, o anticoncepcional pode aumentar os casos de câncer de mama. Descoberta é válida para orientar mulheres com risco para esse tipo de câncer.

Utilizar pílula anticoncepcional diminui pela metade o risco de desenvolver câncer de ovário
Utilizar pílula anticoncepcional diminui pela metade o risco de desenvolver câncer de ovário (Thinkstock)
Mulheres que tomam pílula anticoncepcional por dez anos podem diminuir pela metade o risco de ter câncer de ovário, segundo sugere um novo estudo publicado no British Journal of Cancer.


CANCÊR DE OVÁRIO
É o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, 75% dos tumores malignos apresentam-se em estágio avançado quando diagnosticados.

Entre os fatores de risco, estão os hormonais, ambientais e genéticos. Cerca de 10% das pessoas que têm esse câncer apresentam um componente genético.

Segundo estimativas do Inca, foram 3.837 novos casos em 2009.
Utilizar contraceptivos orais durante qualquer período está associado a uma redução de 15% no risco de câncer de ovário. De acordo com a pesquisa, o risco diminui proporcionalmente ao tempo de uso do anticoncepcional. Ao tomar pílula por dez anos, as mulheres tinham 45% menos risco.

Apesar disso, os especialistas afirmam que é preciso ponderar esses resultados em relação ao risco de câncer de mama, que aumenta com os contraceptivos orais. Para cada 100.000 mulheres que tomam pílula durante dez anos, há 50 casos a mais de câncer de mama e 12 casos a menos de câncer de ovário, mostra o estudo.

A gravidez também foi apontada como um fator que reduz o risco de câncer de ovário. Mulheres que tiveram bebê eram 29% menos propensas a desenvolver a doença do que aqueles que nunca engravidaram.

Para a pesquisa, os cientistas acompanharam mais de 300.000 mulheres que tomavam pílula anticoncepcional com a combinação de dois hormônios: estrogênio e progesterona. Os resultados mostraram que as mulheres que tomavam pílula durante dez anos tiveram o risco de desenvolver a doença cortado pela metade, em comparação com aquelas que usavam a pílula por um ano ou menos.

Os dados fazem parte de um estudo europeu em andamento chamado Epic (European Prospective Investigation of Cancer), que investiga como a dieta e os hábitos de vida podem estar relacionados ao câncer em mais de meio milhão de homens e mulheres.

Os resultados adicionam a pesquisas anteriores que sugerem que a pílula e a gravidez podem impactar no surgimento do câncer por conta das alterações dos níveis hormonais no organismo. De acordo com os pesquisadores, ele pode servir para orientar mulheres que tenham maior risco de ter esse tipo de câncer.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pilula-diminui-pela-metade-risco-de-cancer-de-ovario

Baixa imunidade, estresse, genética e até TPM podem ser causas de afta.

Baixa imunidade, estresse, fatores genéticos, deficiências nutricionais e até tensão pré-menstrual (TPM) podem ser causas de afta na boca. De 10% a 25% da população mundial tem essa feridinha em algum momento da vida.
O problema, em que aparece uma bolinha branco-amarelada envolta por um círculo vermelho, é comum em crianças, pessoas que gostam de alimentos ácidos e também em quem usa aparelho ortodôntico.
Para explicar as causas e o tratamento da afta, o Bem Estar desta quinta-feira (20) recebeu a pediatra Ana Escobar e a cirurgia-dentista Helenice Biancalana.
Aftas valendo (Foto: Arte/G1)
Após comer uma fruta ou um alimento ácido, enxágue bem a boca – assim, a chance de afta diminui. E a melhor prevenção é a higiene oral e uma boa alimentação, para que o sistema imunológico fique forte.
Não dá para saber exatamente quando a afta aparece por um problema emocional ou uma deficiência no organismo. Muitas vezes, as duas questões andam juntas.
Pessoas de todas as idades podem ter esse incômodo, mas ele é mais comum em crianças e menos comum em idosos, pois com a idade a mucosa da boca fica mais grossa.
A palavra “afta” vem do grego e foi usada por Hipócrates, considerado o pai da medicina. Significa "Eu queimo, incendeio, ardo".
Indivíduos que fumam mais de um maço de cigarro por dia dificilmente apresentam afta, porque o tabaco provoca uma queratinização maior da mucosa da boca, ou seja, uma espécie de calo que impede a penetração de elementos estranhos.
Uma vez que a afta surge, não existe uma fórmula de eliminá-la. A ferida leva entre 10 e 14 dias para cicatrizar. Para aliviar, uma dica é bochechar água com um pouco de bicarbonato de sódio e cuspir -- o bicarbonato não deve ser engolido. Não é bom colocar bicarbonato diretamente na afta, pois isso pode irritá-la mais. Sal também não ajuda, porque desidrata a mucosa.
Nós fizemos uma enquete no site do Bem Estar e 48% das pessoas não fazem nada e esperam a afta passar. Os demais tentam produtos para melhorar: 17% colocam sal e 35% usam remédios.
Como muitos fatores podem causar afta, também é difícil ter um tratamento que elimine de vez esse problema.
Aparelho ortodôntico
Aparelhos bucais corrigem o posicionamento dos dentes e da mordida, evitando dores e desconforto.
Hoje, de cada cinco pacientes em tratamento com aparelhos, um é adulto. O aparato é indicado para resolver má-posição dentária e problemas na articulação temporomandibular (ATM), que podem causar dores de cabeça, ouvido, pescoço e ombros.
As crianças podem usar aparelho a partir do momento em que a troca dos dentes de leite para os permanentes terminar. Na fase adulta, não existem restrições de idade.
O aparelho fixo consiste em pequenos quadradinhos de metal, os "brackets", que são colados nos dentes com resina. Por eles, passa um fio de níquel-titânio, que faz força sobre os dentes para colocá-los na posição desejada. O tratamento, que dura em média entre dois e três anos, serve para acertar o espaçamento entre os dentes e melhorar o encaixe da mordida.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/10/baixa-imunidade-estresse-genetica-e-ate-tpm-podem-ser-causas-de-afta.html

Saiba o que é porção e o quanto comer de cada grupo de alimentos.

Cereais, frutas, verduras, carnes, leite e doces devem integrar dieta.

É difícil saber qual a quantidade contida em uma porção. É uma fatia, uma xícara, um copo, uma concha, uma colher de sopa? Para cada alimento, existe um padrão estabelecido por nutricionistas e médicos, baseado no valor calórico.
Uma porção de manteiga, por exemplo, equivale a meia colher de sopa. Uma unidade de pão francês é uma porção, uma fatia média de queijo branco também, assim como uma xícara de chá de leite (de preferência, desnatado), uma concha de feijão e quatro colheres de sopa de arroz.
Para explicar melhor o assunto e destacar o quanto é recomendado comer por dia de cereais, frutas, verduras, óleos, carnes, ovos e doces, o Bem Estar desta quarta-feira (26) recebeu o endocrinologista Alfredo Halpern e a doutora em nutrição e professora da Universidade de São Paulo (USP) Sonia Tucunduva, que ajudou a elaborar o Guia Alimentar do Ministério da Saúde, publicado em 2006.
Comida grupos (Foto: Arte/G1)

 

Segundo os convidados, os grupos mais difíceis de serem consumidos na quantidade indicada são o dos legumes e verduras e o do leite e derivados.
Já os ovos devem ser, em média, três por semana, de preferência cozidos. É importante lembrar que vários alimentos, como bolos e algumas massas, já contêm ovos no preparo.
E, no caso das frituras como o frango a passarinho, é preciso secar bem a carne antes de comê-la.
Sugestões de porção
1 por dia
Açúcares e doces: 1 colher de sopa de doce de leite
Óleos e gorduras: 1 colher de sopa de óleo de soja ou azeite de oliva
Carnes e ovos: 1 bife grelhado de carne vermelha (65 g)
Feijão e sementes: 1 concha de feijão
3 por dia
Frutas e sucos: 1 banana (85 g), 22 uvas Niágara (100 g) ou 8 uvas Itália e Thompson e 1 maçã
Legumes e verduras: 15 folhas de alface (120 g), 1,5 colher de sopa de cenoura ralada crua e 2 colheres de sopa de couve-manteiga refogada
Leite e derivados: 1 copo (dos de requeijão) de iogurte natural, 1 xícara de leite desnatado e 1 fatia (50 g) de queijo minas
6 por dia
Cereais, raízes, batata e massas: 4 colheres de sopa de arroz branco, 1 pão francês, 2 fatias de pão de forma, 3 colheres de sopa de batata inglesa corada, 2,5 colheres de sopa de farinha de mandioca e 3,5 colheres de sopa de macarrão cozido
Porções para o café
Suco de laranja – três quartos de um copo dos de requeijão
Leite – uma xícara de chá
Bolo de chocolate – uma fatia fina
Pão francês – uma unidade
Pão de queijo (mini) – três unidades
Queijo branco – uma fatia média
Queijo muçarela – uma fatia média (transparente)
Presunto – uma fatia média (transparente)
Peito de peru – uma fatia média (transparente)
Mortadela – uma fatia média
Manteiga – meia colher de sopa
Geleia de fruta – uma colher de sopa
Goiabada – um pedaço médio
Ovo mexido – dois ovos
Porções para o almoço
Arroz – quatro colheres de sopa
Feijão – uma concha
Alface – 15 folhas
Tomate – quatro fatias
Pepino – quatro colheres de sopa
Filé de frango grelhado – um filé médio
Suco de abacaxi – meio copo dos de requeijão
Superpontuadores
Determinados alimentos podem pontuar em mais de um grupo, ou seja, entrar na conta mais de uma vez. Por isso, é importante ficar atento. São eles:
- Picanha gorda – pontuam em carnes e ovos + óleos e gorduras
- Açaí com granola – pontuam em frutas e sucos + cereais, raízes, batata e massas
- Vitamina de fruta com leite – pontuam em frutas e sucos e leite e derivados
- Pão com geleia – pontuam em cereais, raízes, batata e massas + açúcares e doces
- Feijoada – pontuam em carnes e ovos + feijões e sementes + óleos e gorduras
- Pizza de abobrinha – pontuam em cereais, raízes, batata e massas + leite e derivados + legumes e verduras
- Cereal matinal com leite – pontuam em cereais, raízes, batata e massas + leite e derivados
- Banana com aveia – pontuam em frutas e sucos + cereais, raízes, batata e massas
- Macarrão com atum – pontuam em cereais, raízes, batata e massas + carnes e ovos
- Salada com molho – pontuam em legumes e verduras + óleos e gorduras

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/10/saiba-o-que-e-porcao-e-o-quanto-comer-de-cada-grupo-de-alimentos.html

terça-feira, 25 de outubro de 2011

SERÁ?

EUA desmantelam B53, última 'superbomba' nuclear de seu arsenal.

Poder destrutivo é centenas de vezes maior que o da bomba de Hiroshima.
Ato se alinha a planos de Obama para diminuir nº de bombas existentes.

A última bomba B53 dos Estados Unidos, com poder destrutivo centenas de vezes maior do que a bomba atômica jogada sobre Hiroshima na II Guerra Mundial, está sendo desmantelada nesta terça-feira (25) na planta nuclear Pantex, perto de Amarillo, no Texas.
Esse desmantelamento completa o programa planejado pelo Administração Nacional de Segurança Nuclear um ano antes do prazo previsto, segundo o próprio órgão governamental, e está alinhado com os planos do presidente Barack Obama em diminuir o número de bombas nucleares existentes.
De cor cinza, 4.500 kg de peso e do tamanho de uma caminhonete, o dispositivo tinha o poder de "apagar" da face da Terra uma zona metropolitana inteira ao ser lançada com seus nove megatons de potência de um bombardeiro B-52.
O desarmamento desta bomba é "significativo em razão de se tratar da última deste tipo de armas multimegatônicas que as potências nucleares costumavam construir durante a Guerra Fria", disse Hans Kirstensen, diretor do projeto de informação nuclear da Federação de Cientistas dos Estados Unidos.
"O mundo será um lugar mais seguro após a desmontagem desta arma", disse Thomas D'Agostino, diretor da Administração Nacional de Segurança Nuclear, em um comunicado divulgado pela Pantex.
A bomba nuclear B53 é vista em um depósito da Pantex (Foto: Reuters//National Nuclear Security Administration) 
A bomba nuclear B53 é vista em um depósito da Pantex (Foto: Reuters//National Nuclear Security Administration)
 
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/eua-desmantelam-b53-ultima-superbomba-nuclear-de-seu-arsenal.html

 

Comitê dos EUA recomenda que meninos tomem vacina contra HPV.

Vírus é sexualmente transmissível e pode levar a câncer.
Uso já é recomendado para as meninas.

 Um comitê assessor do governo americano recomendou esta terça-feira que os meninos sejam vacinados contra o vírus do papilomavírus humano (HPV), uma doença sexualmente transmissível que pode evoluir para o câncer.

 

Todos os meninos de 11 a 12 anos deveriam tomar a vacina, cujo uso já é recomendado para as meninas, segundo o Comitê Assessor sobre Práticas de Imunização (ACIP, na sigla em inglês), dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
"A vacina contra o HPV será uma proteção contra certas questões de saúde relacionadas com o HPV e com o câncer nos homens, e a vacinação dos homens com HPV também pode proporcionar uma proteção indireta nas mulheres, mediante a redução da transmissão do HPV", informou o comitê em um comunicado.
Se os CDC aceitarem as recomendações do painel, será solicitada cobertura a todas as companhias de seguros sem que o paciente tenha que compartilhar os gastos.
Mudança
As últimas recomendações representam uma mudança no aconselhamento que os médicos costumavam dar. Até o momento, eles indicavam a vacinação dos meninos e rapazes até os 21 anos, mas agora a pretensão seria de que a prática se tornasse rotineira, embora não seja obrigatória.
Anne Schuchat, diretora do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias dos CDC, o nível relativamente baixo da vacinação entre as meninas foi uma razão chave para a mudança.
"A vacina contra o HPV não está sendo muito solicitada entre as adolescentes", disse, considerando que a taxa de imunização é "decepcionante".
O comitê considerou em que, além de reduzir a carga sobre as mulheres e as meninas, a vacina contra o HPV permitirá prevenir o câncer anal e as verrugas genitais em meninos e homens.
"A vacinação masculina é mais eficaz quando a cobertura das mulheres é baixa", explicou.
Boato
A vacina contra o HPV virou o centro das atenções no país no mês passado, quando a pré-candidata à presidência dos EUA pelo Partido Republicano, Michele Bachmann, disse durante um debate ter ouvido falar que poderia causar atraso mental.
No entanto, não foram documentados casos do tipo pelas autoridades sanitárias e Schuchat reiterou que até agora foram distribuídas no país quase 40 milhões de doses da vacina contra o HPV, que é considerada segura.
Os efeitos colaterais mais comuns são uma leve inflamação no local da injeção, dor de cabeça e febre leve ou moderada, afirmou.
O HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum, e tem mais de 40 subtipos, alguns dos quais podem causar câncer cervical e verrugas genitais. Mas normalmente, o HPV não causa sintomas.
Segundo os CDC, pelo menos 50% dos homens e mulheres sexualmente ativos contrairão HPV em algum momento de suas vidas.
Geralmente o organismo humano consegue eliminar a infecção sozinho em dois anos, mas certos suptipos do vírus, conhecidos como cepas oncogênicas, podem evoluir para o câncer e precisam ser acompanhados de perto.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/10/comite-dos-eua-recomenda-que-meninos-tomem-vacina-contra-hpv.html

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

 


Nova chance para os pulmões

Procedimento aumenta a capacidade respiratória de portadores de enfisema, doença que costuma atingir os fumantes

Mônica Tarantino
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Uma nova modalidade de tratamento está chegando ao País para aliviar os sin­tomas dos portadores de enfisema grave, uma doença crônica que progressivamente debilita a capacidade respiratória e prejudica a qualidade de vida. Vinte por cento da po­pulação mundial acima de 65 anos convive com o problema, a maioria fumante (o tabagismo é o mais importante fator de risco).

A enfermidade deteriora os alvéolos, estruturas pulmonares que realizam as trocas gasosas com o sangue. Isso torna mais lenta e difícil a eliminação do ar contido no órgão. Com o tempo, os pulmões ficam cada vez mais dilatados, o que aumenta a falta de ar e o cansaço. A técnica que agora começa a ser usada no Brasil é feita para murchar a parte do pulmão mais atingida pela doença. Dessa maneira, cria-se mais espaço no tórax para o órgão se expandir durante a inspiração.

O método consiste na colocação de pequenas válvulas nos canais que levam o ar até os pulmões, os brônquios. A missão desses dispositivos, feitos de silicone e nitinol (uma liga de níquel e titânio), é desviar o ar inspirado para as áreas do órgão menos atingidas pelo enfisema. “Quando a pessoa inspira, a válvula se fecha e impede que o ar entre nas regiões comprometidas. Quando a pessoa expira, a válvula se abre para permitir também o escape do ar contido nessas áreas”, explica o médico e pesquisador Hugo Goulart de Oliveira, Chefe do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde o dispositivo foi testado e aprimorado por nove anos. O tratamento foi avaliado em outros seis países. Atualmente, a técnica está disponível em mais de 20 países na Ásia e Europa.
Até agora, pacientes em estado grave eram tratados com remédios broncodilatadores, reabilitação respiratória e cilindros de oxigênio para dar mais fôlego àqueles que muitas vezes não conseguem sequer levantar da cama. Nos casos severos, as alternativas eram a internação para ventilação artificial ou o transplante. Havia uma terceira possibilidade, que era a cirurgia de redução de volume pulmonar. “Porém ela tem alto risco de mortalidade”, diz o pneumologista Oliveira. Por essa razão, nos Estados Unidos, menos de 100 operações desse tipo são feitas por ano.
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OPÇÃO
Rey usará válvulas para ter fôlego e ficar independente do cilindro de oxigênio
Diante desse quadro, a colocação das válvulas é uma luz no fim do túnel. “Elas não curam o enfisema, mas melhoram imensamente a qualidade de vida de doentes bem selecionados”, diz o cirurgião torácico Luis Carlos Losso, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcellos, de São Paulo, um dos hospitais paulistanos de primeira linha que começam a realizar o procedimento. Uma das condições é que a enfermidade não tenha acometido gravemente todo o pulmão. Bem indicada, a técnica proporciona a recuperação de até 25% da capacidade respiratória.

O aposentado carioca Oscar Taubkin, 73 anos, é um dos 64 brasileiros submetidos ao novo método na fase em que sua realização era supervisionada pela equipe gaúcha. Ele recebeu três válvulas no pulmão direito. “Eu não conseguia mais sair de casa”, conta. “Dois dias depois de pôr as válvulas, fui a uma churrascaria e no mesmo mês viajei à Europa.” O procedimento de Taubkin foi pago pelo convênio, mas isso ainda não é regra.

A nova opção para os pacientes de enfisema por enquanto não está disponível na rede pública e tem custo elevado. “O que se espera é que o governo faça as contas e entenda que vale a pena pagar pelas válvulas para reduzir as internações e complicações”, diz o paulistano Arnaldo Salgueiro Rey, 47 anos, que passará pelo procedimento esta semana. Para tratar seu enfisema, surgido há 14 anos em consequência de uma deficiên­cia genética rara, ele toma medicamentos, usa oxigênio e fez redução pulmonar. “As válvulas me ajudarão a viver mais livre, sem carregar um equipamento para respirar”, diz Rey. 
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Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/168018_NOVA+CHANCE+PARA+OS+PULMOES

Vitaminas sob suspeita.

Estudo revela que o consumo indiscriminado de cápsulas de vitaminas e minerais pode elevar a mortalidade entre mulheres acima de 55 anos.

Mônica Tarantino
 
Mais de um terço da população adulta de países ricos toma suplementos vitamínicos regularmente por conta própria. Mas, em vez de proteger, ingerir doses de vitaminas e minerais sem ter alguma carência nutricional que justifique o consumo pode ter efeito contrário e contribuir para um aumento de risco de morrer. O alerta foi feito na semana passada por pesquisadores de várias instituições liderados pelo cientista Jaakko Mursu, da Universidade de Kuopio, na Finlândia, e da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. Eles acompanharam 38 mil mulheres americanas na faixa etária de 55 a 66 anos por cerca de duas décadas para chegar a essa conclusão. Durante as entrevistas iniciais para conhecer o perfil das voluntárias de um estudo para medir o impacto do consumo de suplementos na saúde dessa população e na sua mortalidade, Mursu e seus colaboradores descobriram que 63% das participantes do projeto tomavam algum tipo de suplemento vitamínico ou mineral para prevenir doenças crônicas. Com o passar do tempo, esse índice chegou a 85%.

A análise dos dados coletados levou os cientistas a concluir que se automedicar com vitaminas e suplementos sem necessidade traz sérios malefícios. “Descobrimos que tomar multivitamínicos e as vitaminas B6 e ácido fólico (ou B9), ferro, magnésio, zinco e cobre implica em uma elevação do risco de morte”, disse o cientista Mursu à ISTOÉ. Nas análises finais do trabalho, os pesquisadores viram que a suplementação com multivitamínicos e ferro foi a que mais fez subir os percentuais associados ao risco de morrer.

A explicação para os resultados é que a maioria desses compostos se torna nociva em quantidades elevadas. Isso aumenta as chances de reações que facilitam o desenvolvimento de doenças como câncer e problemas cardiovasculares. Os autores supõem que vitaminas e minerais produzam efeitos similares nas taxas de risco de mortalidade entre os homens, mas isso ainda não foi pesquisado. O trabalho foi publicado na última edição da revista científica americana “Archives of Internal Medicine”.

Os achados da pesquisa, chamada de Estudo Iowa (porque foi realizada com mulheres do Estado do Iowa, nos EUA), somam-se a uma série de trabalhos consistentes realizados e em andamento que colocam em xeque a crença dis­seminada de que não faz mal engolir de vez em quando alguns comprimidos multivitamínicos. Em 2007, por exemplo, uma investigação com 181 mil participantes apontou uma taxa de morte 5% maior entre os adeptos do consumo de vitaminas antioxidantes (A, E, C e betacaroteno).

Na prática, é um tema que envolve pontos de vista opostos entre correntes da medicina, interesses da indústria farmacêutica e a atração exercida pelos poderes protetores da saúde atribuídos a essas substâncias e enaltecidos pela publicidade. Respostas definitivas virão por meio de um esforço da medicina para empreender profundas revisões de ensaios clínicos publicados e para fazer novas investigações. Mas como agir enquanto prevalece a dúvida? “Aconselhamos quem usa suplementos a reconsiderar se deve continuar ingerindo-os. Deem atenção à dieta. Suplementos raramente são necessários, e sua introdução na alimentação deve ser justificada por um motivo médico”, sugere o finlandês Mursu.
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Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/168015_VITAMINAS+SOB+SUSPEITA 

Mudanças no clima já afetam litoral norte de SP.

Além da elevação da maré, inundações e deslizamentos de terra devem ocorrer com maior frequência, aumentando áreas de risco, dizem cientistas.

 

ALEXANDRE GONÇALVES - O Estado de S.Paulo
O aquecimento global já afeta o litoral norte de São Paulo. Além de elevar a maré, o fenômeno torna mais comuns eventos climáticos extremos. Catástrofes como deslizamentos e inundações deverão ocorrer com mais frequência na região. O alerta foi dado pela Rede Litoral, grupo que integra cientistas de diversas instituições no Estado e em Minas.
Paolo Alfredini, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), analisou dados registrados desde 1944 nos marégrafos do litoral norte. Descobriu que a maré baixa tem crescido sete centímetros por década. Ele não tem dúvidas quanto ao papel desempenhado pelo aquecimento global nas transformações. E prevê, para o próximo século, uma taxa de elevação da maré de um centímetro por ano.
A frequência de chuvas torrenciais também preocupa. A pesquisadora Graziela Balda Scofield, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec-Inpe), reuniu os dados de 1970 a 1999 de sete pluviômetros distribuídos na região costeira do litoral norte.
Graziela criou um modelo computacional para analisar a evolução das chuvas e identificou um provável aumento no número de fenômenos de maior intensidade na região.
A pesquisadora afirma que não é possível atribuir, de forma inequívoca, a mudança ao aquecimento global, embora a hipótese seja plausível.
Há fortes indícios de uma intensificação dos fenômenos climáticos. Em Caraguatatuba, o modelo apontou uma diminuição no número de dias com chuvas no ano, mas a precipitação total permaneceu estável. Na prática, ocorreram mais eventos com chuva intensa no ano. Resultados semelhantes foram obtidos para as demais cidades: São Sebastião, Ubatuba e Ilha Bela.
Desastre. Os municípios do litoral norte estão prensados em uma faixa estreita de terra entre a Serra do Mar e o Oceano Atlântico, descreve Marcos Eduardo Cordeiro Bernardes, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). "A elevação do nível do mar e a intensificação das chuvas, que fazem transbordar os rios que descem a serra, tornam as cidades vulneráveis", diz.
Ele está estudando o impacto dos eventos climáticos na dinâmica da água e dos sedimentos levados pela correnteza ou pela maré. Sua pesquisa tentará responder, por exemplo, o impacto das mudanças em um possível assoreamento do Rio Juqueriquerê, único navegável na região.
Apenas 5% das regiões costeiras no litoral norte não apresentam risco algum de desastre natural. O porcentual constitui uma primeira aproximação, fruto dos cálculos de estudiosos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O pesquisador do ITA, Wilson Cabral de Souza Junior, pretende agora estimar a vulnerabilidade específica - que pode variar de baixa a alta - nas regiões onde há algum risco (ou seja, 95% do território).
Souza Junior coordena um grupo que tenta estimar os custos financeiros e humanos dos eventos climáticos extremos. Outra equipe do instituto procura identificar como os materiais e estruturas utilizados em obras de engenharia na região reagem às intempéries decorrentes do aquecimento global.
Propostas. "Há também um terceiro grupo que pretende formular propostas e políticas que possam ser aplicadas na região para minimizar o risco", explica Wilson, que também atua como coordenador geral da rede. "Mas o trabalho ainda é incipiente."
Bernardes não tem dúvida de que a rede só se justifica se produzir conhecimento capaz de ser traduzido em políticas públicas. "Estamos tentando estabelecer uma colaboração com as prefeituras do local", afirma.
Emilia Arasaki, da Poli-USP, também considera importante o diálogo com as autoridades locais. "Mas é um enorme desafio para os políticos: algumas decisões necessárias não são populares, como remover moradores de uma área de risco."
O grupo já realizou três workshops. Dois deles dentro das instituições de pesquisa que apoiam a rede e um, em Caraguatatuba. O próximo, que ocorrerá nos dias 24 e 25 de novembro, será em São Sebastião (SP). A ideia é atrair para o debate gestores públicos e associações da sociedade civil.
'A questão é quando vai acontecer algo ruim'
A aposentada Maria José da Silva, de 65 anos, mudou-se há 26 anos para Caraguatatuba, no litoral norte paulista. Queria tratar achaques do coração e dos ossos. Seu trabalho é sentar sob um toldo na calçada e vigia carros de médicos, dentistas e enfermeiros no posto de saúde do bairro Casa Branca. Sua casa está no sopé de um morro que técnicos consideram área de risco, mas garante que não tem medo: "Não vai acontecer nada não."
Emanoel Gomes de Carvalho discorda. Ele já trabalhou na Defesa Civil do município e hoje atua no Grupo de Auxílio Civil (GAC), organização que colabora com as autoridades locais em situações de emergência. Ele acredita que o futuro reserva desastres graves. "Áreas de risco são assim. A questão não é se vai acontecer algo ruim, mas quando algo ruim vai acontecer", afirma. Emanoel conhece bem a região e guiou cientistas da Rede Litoral que queriam conhecer áreas vulneráveis da cidade.
Ele aponta que quase todas as pessoas que vivem em áreas consideradas de risco convencem-se de que não há problema algum. A emprega doméstica Valdineia Anerth, de 36 anos, é vizinha de Maria José. Quando começa a chover à noite, recebe sempre uma ligação da sogra: "Vem dormir aqui em casa com as crianças. Tenho medo que a casa de vocês caia." Mas ela nunca vai. "Não tenho medo", diz.
Mas o pesquisador Paolo Alfredini, da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), teme o que pode acontecer. Ele recorda a tragédia de 1967, quando um deslizamento em Caraguatatuba deixou 436 mortos e cerca de 3 mil desabrigados. "Isso ocorreu quando Caraguatatuba tinha 15 mil habitantes", recorda. "Hoje a cidade tem 100 mil, grande parte vivendo em áreas de risco."
Ele espera que os estudos da Rede Litoral sirvam para evitar tragédias semelhantes ou de ainda maiores proporções. / A.G.
Caraguatatuba foi em boa parte destruída por uma catástrofe causada pelas chuvas em 1967. Mais de 40 anos depois, áreas de risco afetadas na época estão novamente ocupadas por invasões. São os casos do Bairro do Rio do Ouro, Caputera e Benfica.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,mudancas-no-clima-ja-afetam-litoral-norte-de-sp,789598,0.htm

domingo, 23 de outubro de 2011

Além da biologia: pesquisador britânico fala sobre como saúde pode ser afetada por fatores sociais e econômicos.

Em entrevista ao site de VEJA, Michael Marmot, autor do famoso estudo Whitehall, pioneiro em determinar a relação entre o surgimento da doença e os aspectos sociais associados a ela, diz que crise não é desculpa para diminuir investimentos em saúde.

Natalia Cuminale, do Rio de Janeiro

"A questão é: qual o sentido de tratar as doenças das pessoas, mas depois mandá-las de volta para a mesma situação que as deixa doentes?" — Michael Marmot, professor da University College London e presidente da Comissão de Determinantes Sociais da Saúde na Organização Mundial da Saúde
A saúde não se limita ao fator biológico — ela é influenciada por condições sociais, ambientais e econômicas. Michael Marmot, professor da University College London, é um dos responsáveis por consolidar esse conceito. Ele liderou durante 30 anos pesquisas sobre as desigualdades relacionadas à saúde da população. Marmot é o principal autor do famoso estudo Whitehall que, em sua primeira fase, iniciada em 1967, acompanhou a vida de 18.000 funcionários públicos da Grã-Bretanha por cerca de 10 anos (o estudo Whitehall II foi iniciado em 1985). O estudo mostrou que pessoas que tinham um nível hierárquico inferior de trabalho tinham uma taxa de mortalidade três vezes maior do que quem estava em posição superior na hierarquia. Um fato que, segundo ele, pode ser replicado para todas as classes sociais.
"Qual o sentido de tratar as doenças das pessoas, mas depois mandá-las de volta para a mesma situação que as deixa doentes?", pergunta Marmot. Ele cita Glasgow, na Escócia, onde a expectativa de vida para os homens mais pobres é de 54 anos - enquanto os moradores mais ricos vivem até os 82 anos. Uma diferença de 28 anos. "As pessoas pensam: se todo mundo ao meu redor morre aos 54 anos, por que vou parar de fumar, limitar o consumo de bebida ou o consumo de calorias?", diz Marmot. Uma relação direta entre a condição social de um indivíduo e sua fisiologia.
Discutir estratégias para reduzir essa desigualdade é o tema da Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde, que ocorre no Rio de Janeiro até esta sexta-feira. Representantes de mais de 100 países do mundo, entre ministros e pesquisadores, se reúnem para estabelecer metas e melhorar os indicadores sociais de cada país. Promovido pela Organização Mundial da Saúde, o evento conta com a participação da presidente da entidade, Margaret Chan, do ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, e mais 60 ministros de outras nações.
Marmot, que preside a Comissão de Determinantes Sociais da Saúde na Organização Mundial da Saúde, e também é diretor do Instituto Internacional de Sociedade e Saúde, está no Rio para participar da Conferência e concedeu entrevista ao site de VEJA. "Não digo nada que eu não possa justificar baseando-me em evidências", diz o pesquisador.
Para o senhor, qual a importância de uma conferência como esta? É comum que, ao pensar em saúde, as pessoas pensem em assistência à saúde. É a primeira coisa que vem a cabeça da população e também dos governantes. A Comissão de Determinantes Sociais da Organização Mundial da Saúde, da qual fui presidente, trouxe um conjunto de evidências do mundo inteiro que mudou esse conceito. Está claro que você não precisa apenas de assistência à saúde para ser saudável. A saúde de um indivíduo vai além disso. Depende de aspectos sociais e ambientais. Quando uma pessoa fica doente,ela precisa de atendimento. Mas não é a falta de atendimento que causa a doença. Por exemplo, alguém que tem dor de cabeça, mas não tem aspirina. A deficiência de aspirina não é causa da dor de cabeça. Ela é causada por outra coisa. A questão é: qual o sentido de tratar as doenças das pessoas, mas depois mandá-las de volta para a mesma situação que as deixa doentes? Sabemos que as circunstâncias que as pessoas nascem, crescem e envelhecem, como o acesso a dinheiro e recursos, levam a essas condições na vida cotidiana. Alguma coisa deve ser feita.
Você é pioneiro na pesquisa científica sobre a relação entre o surgimento da doença e os aspectos sociais associados a ela. O que se sabe sobre isso até agora? Eu fiz – e continuo fazendo – um estudo longitudinal com funcionários públicos britânicos. É uma população muito interessante de se estudar. Eles excluem as pessoas muito pobres e também os muito ricos. Descobrimos uma gradiente social, ou seja, uma relação entre o nível hierárquico de trabalho e a saúde dos trabalhadores. Funcionários do governo que tinham cargos altos tinham uma saúde melhor do que aqueles com cargos medianos – e estes tiveram melhores resultados do que quem trabalhava em cargos piores. Por que isso importa? Quem disser que isso ocorre por culpa da pobreza, está equivocado. Porque o meu estudo na Grã-Bretanha não está falando de pessoas que vivem no limite da pobreza, com menos de U$1,25 por dia. O que encontramos neste estudo feito com funcionários públicos pode ser replicado para qualquer lugar do mundo — desde Porto Alegre até a Uganda, dos países mais ricos aos mais pobres. É claro que temos que nos preocupar com a extrema pobreza. Mas a preocupação não deve parar por aí. A igualdade de condições também é importante para a saúde das pessoas. A ideia é dar a toda população as mesmas condições de qualidade de vida e de saúde que têm as pessoas do topo da sociedade.
Como o status econômico pode afetar a fisiologia de uma pessoa? Diria que de duas formas. Uma delas é que pessoas com maior nível de instrução são mais ativas fisicamente, menos propensas a fumar e a se tornarem obesas, entre outros hábitos saudáveis. Então, com a educação, as habilidades e o conhecimento, você tem a atitude de controlar a sua vida e pensar no futuro. Tem o luxo de planejar o futuro. Em Glasgow, a expectativa de vida para os homens mais pobres é de 54 anos, enquanto os moradores mais ricos vivem até os 82 anos. Uma diferença de 28 anos. Há um exemplo de um conhecido em Glasgow que disse: “Eu não tenho plano de pensão para quando eu me aposentar”. Ao perguntar por que não, ele disse saber que não viveria tanto tempo. Se eu pensar que todo mundo ao meu redor morre aos 54 anos, por que vou ligar para parar de fumar, limitar o consumo de bebida ou o consumo de calorias? Ao olhar para as causas de morte em Glasgow, nós vemos que muitas têm a ver com drogas, envenenamento, suicídio e mortes violentas — são todas causas psicossociais. E essa é a outra forma. Em outras palavras, as pessoas sentem-se estressadas. Elas não têm o controle de suas próprias vidas e abusam de drogas e de álcool. Se por um lado, há um comportamento de risco, por outro há os causados por estresse, que também têm um efeito claro em relação à biologia.
Como a crise financeira mundial pode afetar as pessoas nesse sentido? De várias formas, em alguns países a qualidade de vida caiu. Nos últimos 12 meses, a inflação subiu cerca de 5% e os salários cresceram 1,2%. Ou seja, as pessoas ficaram quase 4% mais pobres somente neste ano. A crise financeira significa que as pessoas sentem-se pobres, elas estão pobres e as desigualdades aumentam.  Não apenas nas áreas econômica e social, mas também na saúde.
Como evitar esse cenário? Existem algumas recomendações. Investir no desenvolvimento da primeira infância, em educação, garantir o emprego e condições de trabalho, ter o mínimo de dinheiro para sobreviver, acesso à saúde e prevenção.
Como investir nesses fatores quando o problema é a falta de dinheiro? É uma questão de visão. Sabemos que para cada dólar gasto no desenvolvimento infantil, há um retorno de sete dólares. O que significa menos delinquência, menos crime, menos desemprego. É fato que não vai retornar amanhã, mas virá a longo prazo. O pensamento a curto prazo é extremamente perigoso para um governo. A crise financeira não pode ser uma desculpa para interromper o investimento em saúde. Você não pode parar de investir em desenvolvimento infantil e educação e justificar isso com a falta de dinheiro. Porque com isso viriam crises ainda piores. Não podemos arcar com isso.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/alem-da-biologia-pesquisador-britanico-fala-sobre-como-saude-pode-ser-afetada-por-fatores-sociais-e-economicos

Mudança climática e desmatamento poderão causar prejuízos irreversíveis na Amazônia.

Estudo analisou dados de satélite e identificou as regiões mais sensíveis à influência humana e à alteração dos regimes de chuva.

Marco Túlio Pires
O desmatamento na região amazônica e a falta de chuvas poderá transformar, permanentemente, parte da floresta em savana O desmatamento na região amazônica e a falta de chuvas poderá transformar, permanentemente, parte da floresta em savana (iStockphoto)
A floresta amazônica e outras regiões tropicais poderão sofrer alterações abruptas por causa das mudanças climáticas, passando de florestas densas a savanas, e de savanas a estados com total ausência de árvores, segundo estudo realizado por cientistas da Universidade de Wageningen, Holanda, e publicado no periódico Science.

A equipe da cientista brasileira Marina Hirota mostra a fragilidade de florestas tropicais e savanas em função da quantidade de cobertura arbórea e de chuvas em três continentes: África, Austrália e América do Sul. Dentre as áreas mais sensíveis está a região amazônica. Os autores utilizaram os resultados dessas relações para prever onde florestas e savanas são mais vulneráveis a mudanças nos regimes de chuva.

De acordo com a pesquisa, o sul da Amazônia, conhecido como "arco do desmatamento", por causa da pressão que a ocupação humana exerce na região, poderá deixar de ser floresta para se transformar permanentemente em savana. A região é afetada pela constante remoção ilegal de árvores. A transformação, sugere o estudo, é potencializada por causa das mudanças climáticas.

Saiba mais

SAVANA
A savana é uma região cuja vegetação predominante é de árvores esparsas, arbustos isolados e gramíneas. O cerrado brasileiro é um tipo de savana.
TIPPING POINTS
Os "tipping points" são pontos geralmente sem volta, quando um ambiente entra em transição para se transformar em outro, uma savana em deserto, por exemplo.
De acordo com a pesquisa, a vegetação mundial se alterna entre três tipos: florestas, savanas e estados com ausência de árvores, com picos de aproximadamente 80%, 20%, e menos de 5% de cobertura arbórea, respectivamente. "Nossa teoria afirma que as florestas podem se transformar diretamente em uma savana, o que chamamos de tipping points, ou pontos de inflexão do sistema. Quando isso acontece, geralmente não há mais volta", diz Marten Scheffer, um dos autores da pesquisa. "Ficamos surpresos com a maneira como os dados apoiaram essa teoria dos estados alternativos."

Irreversível - O estudo também mostra os lugares do planeta onde há potencialmente os maiores riscos de colapso e as maiores oportunidades de recuperação da floresta. "Conforme um sistema se aproxima de um 'tipping point', ele se torna altamente vulnerável", diz Scheffer. "Perturbações relativamente pequenas, tais como um ano ligeiramente mais seco ou um desmatamento de pequena escala, podem disparar um transição crítica para outro estado de equilíbrio”.
Mas existe uma possibilidade de reverter o processo. Os resultados revelam que locais sem nenhuma cobertura arbórea poderiam se tornar savanas, por exemplo, por meio de técnicas de manejo. "A cobertura arbórea é um dos aspectos que mais definem a paisagem dos ecossistemas", diz Milena Holmgren, uma das autoras do estudo e especialista em ecologia vegetal. “No entanto, é surpreendente quão pouco entendemos as condições que determinam a existência de florestas, savanas ou desertos”.

A especialista explica que o volume das chuvas é um dos poucos fatores conhecidos. "Desertos são encontrados em lugares mais secos e as florestas em lugares mais úmidos. Entretanto, o que ocorre em condições intermediárias vem sendo debatido por muito tempo”.

Amazônia - Um dos maiores desafios dos cientistas que estudam a região amazônica é compreender os potenciais impactos das mudanças climáticas na floresta. “Nosso estudo mostra que a floresta é mais vulnerável climaticamente em áreas em que a interferência humana negativa é muito alta", explica a pesquisadora Marina Hirota.

Ela se uniu à equipe de Wageningen após finalizar seus estudos no Brasil sobre a fragilidade da Amazônia associada às mudanças climáticas. "Esse tipo de informação pode ser utilizada em tomada de decisões, a partir da avaliação dos riscos e das oportunidades ligadas aos ecossistemas tropicais que ainda cobrem grandes porções do nosso planeta”.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/mudanca-climatica-e-desmatamento-poderao-causar-prejuizos-irreversiveis-na-amazonia

Lixo 'útil' poupa recursos naturais e energia, mas importação ainda é tabu.

Tipos de lixo não aproveitáveis e proibidos entram no País 'disfarçados' de recicláveis e atrapalham importação de material reutilizado na cadeia produtiva da indústria; em 2010, o Brasil importou 201 mil toneladas de resíduos para reúso.

Karina Ninni - O Estado de S. Paulo
A importação de resíduos é estratégica para alguns setores industriais brasileiros, com destaque para a siderurgia, a indústria do alumínio, do papel e do PET. A indústria usa as sobras do processo produtivo em sua cadeia novamente, o que reduz a quantidade de matéria-prima retirada do planeta e as emissões relativas a esse processo. Mas o tráfico ilegal de lixo considerado perigoso, que entra junto com alguns tipos de resíduo, atrapalha a indústria da reciclagem e perpetua o preconceito contra a importação desse material, considerado pela indústria como insumo.
O País importou no ano passado 201.075 toneladas de sucata de ferro, aço e alumínio, resíduos de PET em flocos e aparas de papel. Segundo o relatório Lixo Sem Fronteiras na União Europeia, de 2009, a produção de alumínio com base em matéria reciclada usa 5% da energia necessária para a obtenção do produto partindo da bauxita. A produção de 1 quilo de papel a partir do papel reciclado gasta a metade da energia.
"Sucata de aço e ferro é considerada matéria-prima importantíssima. Seu uso reduz as emissões de CO2 e o consumo de recursos como água e energia", afirma Cristina Yuan, diretora de assuntos institucionais e sustentabilidade do Instituto Aço Brasil. Segundo ela, tudo pode voltar para a cadeia produtiva. "De prego a restos de navios. É a nossa vantagem sobre outros materiais."

Cristina afirma que, além de aproveitar as sobras do processo produtivo e de comprar no mercado brasileiro, às vezes é preciso importar sucata. "Geralmente trazemos de países da América Latina. Quanto mais perto, mais barato", resume.
No caso do alumínio, exemplo bem-sucedido de reciclagem no Brasil, as latinhas representam 50% dos resíduos importados.
"Há 3 anos, importávamos 100 mil toneladas de sucata por ano. No ano passado, foram 52 mil", afirma Henio De Nicola, coordenador da comissão de reciclagem da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Ele diz que a projeção para 2011 é de importação de 40 mil toneladas.
"Nós estamos trazendo da Colômbia e de países da América Central, como o Panamá. E também da Malásia, da Coreia, da Inglaterra e da Alemanha", esclarece De Nicola.
Grande produtora de chapas e folhas de alumínio, a Novelis confecciona, no Brasil, 400 mil toneladas por ano. "Disso, 50% é feito de alumínio reciclado. Até 2020, teremos de confeccionar 80% da produção com reciclados", diz Carlos Roberto de Morais, diretor de reciclagem. Dos reciclados usados pela empresa, 15% são importados.
Outro resíduo que entrou a uma média de 10 mil toneladas por ano nos últimos três anos são os flocos de PET. As empresas recicladoras no Brasil trabalham com capacidade ociosa de 30%, pois, com o deficiente sistema de coleta seletiva do País, a matéria-prima não chega a elas.
Contaminantes. Embora o comércio transfronteiriço de resíduos seja vital para esses setores, é quase inevitável não conectá-lo a uma cena que se tornou frequente na mídia nos últimos tempos: a entrada de contêineres com todo tipo de lixo, incluindo lixo doméstico e hospitalar, etiquetados como aparas para reciclagem.
Segundo a Receita Federal, boa parte do "lixo proibido" disfarçado de resíduos para reciclagem entra no País como apara de plástico, de resíduo têxtil, de papel e de borracha.
"Esse tipo de conduta passa pelo operador do mercado nacional. Quando ele começa no mercado, tem um período de quarentena. O desvio de conduta começa depois da quarentena", explica Dario da Silva Brayner Filho, coordenador-geral de administração aduaneira da Receita Federal.
Silva afirma que os casos de entrada de lixo proibido junto com resíduos destinados à reciclagem são pontuais e acontecem pouco. Mas Auri Marçon, da Abipet, discorda.
"Desde 2008, esse tráfico ilegal começou a crescer de forma descontrolada. Sabemos que muita coisa entra como resíduos de PET. Venho reclamando há pelo menos cinco anos", diz ele. Marçon afirma que não existe uma orientação clara para os órgãos de fronteira de que esse tipo de material tem de ter autorização prévia do governo.
"Qualquer resíduo sólido cujas características possam causar dano ao meio ambiente ou à população é proibido", afirma Fernando da Costa Marques, diretor de qualidade ambiental do Ibama, citando a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O Brasil proíbe a importação de resíduos que considera perigosos desde 1996, por uma resolução do Conama. A PNRS instituiu a proibição por força de lei.
Henio De Nicola, da Abal, afirma que no ramo da sucata de alumínio a presença de contaminantes é pequena. "É um mercado maduro, a gente já sabe de quem compra. Agora, é preciso exigir do fornecedor um grau mínimo de pureza e especificar a maneira pela qual essa carga deve chegar aqui. Se o comprador não exige, Deus sabe o que pode vir junto com aquilo que ele pediu", explica.
Ele lembra que no passado teve problemas com contaminantes. "Antigamente, às vezes vinha chumbo nas latinhas, para fazer peso. Mas hoje o preço do chumbo na bolsa de Londres está quase alcançando o do alumínio, não vale mais a pena."
Na Novelis, os caminhões carregados com resíduos passam, antes da descarga, por um sistema de detecção de resíduos perigosos, incluindo os radioativos. "Temos um sistema muito eficaz", diz Carlos Roberto de Morais. "Se algo é detectado, a carga nem é aberta."
"O Césio 137 foi encontrado num depósito de sucata", lembra De Nicola, da Abal. "Aquilo foi um alerta. Toda a indústria de alumínio que usa resíduos hoje toma esse tipo de cuidado."

Legislação rígida  favorece ‘tráfico de lixo’. Crescimento do comércio mundial para reciclagem levou países a buscar alternativas para driblar proibição de manuseio de resíduos perigosos
O crescimento do comércio transnacional de resíduos para reciclagem e reúso do lixo "útil" acabou gerando um problema: o tráfico ilícito de resíduos considerados perigosos.
A iniciativa de controle do movimento transfronteiriço surgiu primeiramente nos países da União Europeia, nos anos 90.
"Os países desenvolvidos queriam reaproveitar sucatas que continham gases tóxicos, como motores de geladeiras, por exemplo. Então, como tinham leis impedindo o manuseio desses gases, mandavam para países subdesenvolvidos desmontarem os aparelhos. É o chamado tráfico", explica a consultora Ângela Cardoso, gestora da unidade de segurança e meio ambiente da Key Associados.
Ângela diz que resíduo é diferente de lixo. "O lixo é o último estágio de um produto. O resíduo é reaproveitável", completa.
O lixo recolhido nas casas que, vez por outra, entra no País disfarçado de resíduo para reciclagem é considerado, pela Convenção da Basileia, como resíduo que requer especial atenção. A convenção é um acordo global, ratificado por mais de cem países-membros, para regular os problemas do comércio transnacional de resíduos - sobretudo aqueles considerados perigosos.
A convenção distingue os tipos de operações de eliminação em dois: recuperação/reciclagem e disposição final.
O último relatório mundial publicado sobre movimentos transfronteiriços de resíduos pela Convenção da Basileia mostrou que, em 2006, 80% do lixo não perigoso que circulava pelo mundo tinha como fim a reciclagem e/ou a reutilização.
Eletrônicos. Hoje, a comunidade internacional está particularmente preocupada com os resíduos eletroeletrônicos, que crescem com grande rapidez. Somente na Europa, 8 milhões de toneladas são descartadas todo ano.
O Brasil produz entre 500 e 680 gramas per capita por ano, sendo o maior produtor per capita de resíduos eletrônicos entre os países emergentes, segundo recente estudo da ONU. Boa parte nós exportamos.
"O Brasil exporta eletroeletrônicos para países como Bélgica, China, Cingapura e Índia", diz o consultor Adriano Assi, um dos organizadores da Exposucata, feira de negócios de material pós-consumo. "Sucata eletrônica é reciclável e tem alto valor de mercado. Eu, como reciclador de eletrônicos, adoraria importar. Mas é um vespeiro: de um lado interessa economicamente; do outro, tem a Convenção da Basileia", resume.
Artesanal. A cidade chinesa de Guiyu é considerada a capital mundial do lixo eletrônico. "A China tem um processo de reciclagem altamente arcaico e poluente", diz Assi. No entanto, recebe lixo eletrônico dos EUA, da Europa, Canadá, Japão e de emergentes, como o Brasil.

PARA LEMBRAR - Lixo proibido vem de longe
Em agosto de 2009, 2 toneladas de resíduos sólidos não tratados da Grã-Bretanha vieram parar no Brasil. Os contêineres, interceptados em portos no RS e em SP, estavam identificados como polímeros de etileno e resíduos plásticos para reciclagem. Mas eram fraldas usadas, pilhas, seringas usadas, lixo doméstico... A história se repetiu em agosto de 2010 e no mês passado, com uma carga vinda da Espanha para o Porto de Itajaí (SC). Em todos os casos, a carga estava identificada como aparas de plástico para reciclagem.
"Multamos a empresa que importou, a que transportou e mandamos a carga de volta. O ônus é de quem trouxe", diz Fernando da Costa Marques, do Ibama. A carga britânica, por exemplo, foi multada em R$ 3 milhões. "É difícil haver casos de reincidência", diz Dario da Silva, da Receita Federal.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,lixo-util-poupa-recursos-naturais-e-energia-mas-importacao-ainda-e-tabu,782914,0.htm

 

Dilma muda limite de unidades de conservação para abrigar hidrelétricas.

Medida Provisória altera demarcação de três parques nacionais na Amazônia e libera exploração mineral no entorno de dois deles; com a mudança, empreiteiras poderão instalar canteiros de obras das usinas de Tabajara, Santo Antônio e Jirau.

Marta Salomon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Três parques nacionais na Amazônia - do tipo de unidade de conservação (UC) mais protegido no País - tiveram seus limites alterados para abrigar lagos e canteiros de obras das usinas hidrelétricas de Tabajara, Santo Antônio e Jirau, em Rondônia. Medida provisória editada pela presidente Dilma Rousseff e publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União também autoriza a exploração mineral no entorno de dois dos parques.
Disputa. Moradores da reserva extrativista Terra Grande Pracaúba, na Ilha de Marajó, teriam sido ameaçados por grileiros - Wilson Pedrosa/AE–9/8/2011
Wilson Pedrosa/AE–9/8/2011
Disputa. Moradores da reserva extrativista Terra Grande Pracaúba, na Ilha de Marajó, teriam sido ameaçados por grileiros
Foram alterados os limites dos Parques Nacionais da Amazônia, Campos Amazônicos e Mapinguari. Duas outras unidades deverão ter os limites alterados em breve para o licenciamento ambiental de quatro hidrelétricas do complexo do Rio Tapajós, que ficarão entre as maiores das novas usinas da Amazônia, ao lado de Belo Monte, Santo Antônio e Jirau.
Os empreendimentos localizados nas unidades de conservação já alteradas eram defendidos pelo Ministério de Minas e Energia, até mesmo a mineração de ouro na área de 10 quilômetros no entorno do Parque Nacional Mapinguari, o maior dos três parques a ter o limite alterado, com 17,5 mil quilômetros quadrados, o equivalente a mais de 11 vezes a área da cidade de São Paulo.
Outro motivo para a alteração dos limites dos parques foi a regularização fundiária de ocupações de terras públicas até o limite de 1,5 mil hectares, além do conflito com áreas de assentamentos para a reforma agrária na região. A floresta remanescente nessas regiões só poderá ser explorada por meio de planos de manejo previamente autorizados.
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, diz que a alteração do limite dos parques nacionais não impõe perdas à proteção da floresta. "Essas mudanças refletem bem a perspectiva de negociação que procuramos. Nossa postura não é travar, é negociar. Garantimos a conservação e permitimos que os empreendimentos sigam adiante", afirmou. "Fazemos o jogo do ganha-ganha", insistiu.
A Hidrelétrica de Tabajara, no município de Machadinho do Oeste, em Rondônia, é uma das obras previstas na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Sua construção dependia da alteração dos limites do Parque Nacional Campos Amazônicos, criado em 2006. A previsão é que a hidrelétrica produza 350 megawatts (MW).
Lobby. A inclusão da Hidrelétrica de Tabajara no PAC teve forte lobby do presidente interino do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). Para o projeto seguir adiante, faltava tirar do caminho da obra as restrições impostas às unidades de conservação. O Parque Nacional Campos Amazônicos perdeu ao todo, por meio da MP, 340 quilômetros quadrados e ganhou outros 1,5 mil quilômetros quadrados.
No caso do Parque Nacional Mapinguari, o ajuste ocorreu por conta da revisão do alcance do canteiro de obras e dos lagos das Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira. A perda de 70 quilômetros quadrados teria sido compensada com um acréscimo feito anteriormente em permuta com o Estado de Rondônia. O Parque Nacional da Amazônia perdeu agora 280 quilômetros quadrados, supostamente compensado, com folga, por acréscimo anterior a pouco mais de 1 mil quilômetros quadrados.
PARA LEMBRAR
O Estado revelou anteontem que as Unidades de Conservação (UCs) se tornaram o mais recente objeto de disputa entre ambientalistas e defensores do agronegócio. Na semana passada, durante audiência pública na Câmara, o deputado Moreira Mendes (PPS-RO), presidente da frente parlamentar da agropecuária, anunciou uma "grande campanha" para impedir que novas UCs sejam criadas sem a prévia autorização do Congresso Nacional. Hoje, a criação é feita por meio de decreto presidencial. Os ruralistas afirmam que a expansão dessas unidades pode comprometer a produção de alimentos no País.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,dilma-muda-limite-de-unidades-de-conservacao-para-abrigar-hidreletricas,759032,0.htm

 

Estudo americano confirma aquecimento da superfície terrestre.

Berkeley Earth Project usa novo método de pesquisa e conclui aumento e um grau na temperatura.

Uma nova análise de um grupo de cientistas dos Estados Unidos concluiu que a superfície da Terra está ficando mais quente.
Desde 1950, a temperatura média em terra aumentou em um grau centígrado, segundo as descobertas do grupo Berkeley Earth Project.
O Berkeley Earth Project usou novos métodos e novos dados, mas as descobertas do grupo seguem a mesma tendência climática vista pela Nasa e pelo Escritório de Meteorologia da Grã-Bretanha, por exemplo.
"Nossa maior surpresa foi que os novos resultados concordam com os valores de aquecimento publicados anteriormente por outras equipes nos Estados Unidos e Grã-Bretanha", afirmou o professor Richard Muller, que estabeleceu o Berkeley Earth Project na Universidade da Califórnia reunindo dez cientistas renomados.
"Isto confirma que estes estudos foram feitos cuidadosamente e que o potencial de (estudos) tendenciosos, identificados pelos céticos em relação ao aquecimento global, não afetam seriamente as conclusões", acrescentou.
O grupo de cientistas também relata que, apesar de o efeito de aumento de calor perto de cidades - o chamado efeito de ilha de calor urbana - ser real e já ter sido estabelecido, ele não é o responsável pelo aquecimento registrado pela maioria das estações climáticas no mundo todo.
Ceticismo
O grupo examinou as alegações de blogueiros "céticos" em relação ao fenômeno, que afirmam que os dados de estações meteorológicas não mostram uma tendência verdadeira de aquecimento global.
Eles dizem que muitas estações meteorológicas registraram aquecimento pois estão localizadas perto de cidades e as cidades crescem, aumentando o calor.
No entanto, o grupo de cientistas descobriu cerca de 40 mil estações meteorológicas no mundo todo cujas informações foram gravadas e armazenadas no formato digital.
Os pesquisadores então desenvolveram uma nova forma de analisar os dados para detectar a tendência das temperaturas globais em terra desde 1800.
O resultado foi um gráfico muito parecido com aqueles produzidos pelos grupos mais importantes do mundo, que tiveram seus trabalhos criticados pelos céticos.
Dois destes três registros são mantidos pelos Estados Unidos, na Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) e na Nasa. O terceiro é uma colaboração entre o Escritório de Meteorologia da Grã-Bretanha e o Centro de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (UEA).
O professor Phil Jones, do Centro de Pesquisa Climática da UEA, encarou o trabalho do grupo com cautela e afirmou que espera ler "o relatório final", quando for publicado.
"Estas descobertas iniciais são muito encorajadoras e ecoam nossos resultados e nossa conclusão de que o impacto das ilhas urbanas de calor na média global de temperatura é mínimo", disse.
Phil Jones foi um dos cientistas britânicos acusados de manipular dados para exagerar a influência humana no aquecimento global. Os cientistas foram inocentados em 2010.
O caso teve início em 2009, com o vazamento de e-mails de Jones nos quais o cientista parecia sugerir que alguns dados de pesquisas sobre o aquecimento global fossem excluídos de apresentações que seriam realizadas na conferência da ONU sobre mudanças climáticas.
O episódio deu munição aos céticos em relação ao papel dos seres humanos nas alterações climáticas. Mas a sindicância da Universidade de East Anglia concluiu que não havia dúvidas sobre o rigor e a honestidade dos cientistas.
Sem publicação
Bob Ward, diretor de política e comunicações para o Instituto Graham de Mudança Climática e Meio Ambiente, de Londres, afirmou que o aquecimento global é claro.
"Os chamados céticos devem deixar de lado sua alegações de que o aumento na temperatura média global pode ser atribuído ao impacto do crescimento das cidades", disse.
A equipe do Berkeley Earth Project decidiu divulgar os dados de suas pesquisas inicialmente em seu próprio website, ao invés de fazê-lo em uma publicação especializada.
Os pesquisadores estão pedindo para que os internautas comentem e forneçam suas opiniões antes de preparar os manuscritos para a publicação científica formal.
Richard Muller, que criou o grupo de pesquisa, afirmou que esta livre circulação de informações marca uma volta à forma como a ciência precisa ser feita, ao invés de apenas publicar o estudo em revistas científicas.
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Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,estudo-americano-confirma-aquecimento-da-superficie-terrestre,788494,0.htm

 

Só 4% dos planos de saúde têm ótimo desempenho, divulga ANS

Entre as operadoras odontológicas, apenas 5% entraram na melhor faixa; índice diz respeito ao ano passado 

FELIPE WERNECK / RIO - O Estado de S.Paulo
Apenas 46 (4%) das 1.103 operadoras médico-hospitalares avaliadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 2010 atingiram o índice que indica melhor desempenho. O Relatório do Programa de Qualificação da Saúde Suplementar mostra que 249 empresas (23%) ficaram na última das cinco faixas de avaliação. A escala varia de 0 a 1. Quanto mais perto de zero, pior.
Nas faixas intermediárias, a de 0,20 a 0,39 concentrou 188 operadoras (17%); a de 0,40 a 0,59 recebeu 306 empresas (28%); e a de 0,60 a 0,79 ficou com 314 (28%).
O coordenador do programa, João Matos, destacou que 71,1% dos clientes de planos de saúde estavam em operadoras cuja nota foi igual ou maior que 0,5 no ano passado - em 2009, o mesmo índice havia sido de 72,9%.
"Temos 41 milhões de pessoas em operadoras com índice maior do que 0,5, ou seja, bem qualificadas. O porcentual teve uma pequena redução, mas o número absoluto de beneficiários aumentou", disse. Em 2010, o conjunto de planos reunia 58 milhões de pessoas. Segundo Matos, o objetivo da divulgação é "a melhoria do serviço".
O porcentual de empresas nas duas faixas mais altas passou de 11% em 2007 para 32% em 2010 e houve queda do porcentual de operadoras na mais baixa: de 32% para 23%. No período, o porcentual de beneficiários nas melhores faixas passou de 19% (2007) para 56% (2010). A lista com os nomes das operadoras está disponível no site ans.gov.br.
No caso das 414 operadoras exclusivamente odontológicas, apenas 22 (5%) ficaram na faixa de melhor desempenho. Segundo a ANS, houve crescimento do porcentual de empresas nas duas melhores faixas (de 13% em 2007 para 29% em 2010) e queda do porcentual daquelas colocadas na faixa mais baixa, de 40% em 2007 para 32% em 2010.
O índice é obtido a partir da média de avaliações em quatro dimensões: atenção à saúde, estrutura e operação, econômico-financeira e satisfação dos beneficiários. Para o ciclo de 2011, a ANS montou uma Câmara Técnica para avaliações dos novos indicadores e pesos das dimensões, que estão em consulta pública.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,so-4-dos-planos-de-saude-tem-otimo-desempenho-divulga-ans-,788276,0.htm

 

sábado, 22 de outubro de 2011

Nasa e Japão divulgam mais completo mapa topográfico da Terra em 3D

DA BBC BRASIL

A Nasa e o governo japonês divulgaram esta semana o mais completo mapa topográfico da Terra em 3D.
NASA/GSFC/METI/ERSDAC/JAROS/Equipe ASTER Japão/EUA
A Nasa e o governo japonês divulgaram mapa topográfico da Terra em 3D; imagem da cordilheira do Himalaia, no Butão
A Nasa e o governo japonês divulgaram mapa topográfico da Terra em 3D; imagem da cordilheira do Himalaia, no Butão
As imagens detalhadas de montanhas, vales, lagos, rios e mares foram feitas com o instrumento japonês Aster (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer), a bordo do satélite Terra, da Nasa.
A câmera do Aster registra imagens que vão do espectro visível até o infravermelho.
O efeito tridimensional é criado através da sobreposição de imagens levemente diferentes em duas dimensões.
O projeto já mapeou 99% da massa terrestre, de 83 graus de latitude norte a 83 graus de latitude sul, usando informações como temperatura da superfície, reflectância e elevação.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/994303-nasa-e-japao-divulgam-mais-completo-mapa-topografico-da-terra-em-3d.shtml

Brasil testa polipílula que poderá prevenir doenças cardiovasculares


MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

Uma pílula que reúne quatro remédios para controlar a pressão arterial e o colesterol e prevenir o entupimento de vasos sanguíneos está sendo testada em diferentes países, incluindo o Brasil, para reduzir a incidência de doenças cardiovasculares.

São dois os alvos: pacientes com risco moderado que não têm bons resultados com dieta e exercícios e pessoas com risco elevado, que já tiveram infarto ou derrame.

Arte
O país já participou da primeira fase do primeiro estudo internacional com a chamada polipílula.
Os resultados, publicados em maio na revista "PLoS One", mostraram que a pílula pode diminuir em 60% o risco de infarto e derrame em pessoas com risco moderado.
Na pesquisa, esses pacientes tinham idade média de 60 anos, eram obesos e tinham pressão arterial e colesterol pouco elevados, além de outros fatores de risco.
"São pessoas que não necessitariam de medicação, mas, infelizmente, boa parte delas não consegue reduzir o risco com outras medidas", diz Otávio Berwanger, cardiologista do HCor (Hospital do Coração) e coordenador da pesquisa no Brasil.
Ao todo, 378 voluntários participaram do trabalho, que também foi feito na Índia, na Austrália, na Holanda, na Nova Zelândia e nos Estados Unidos.
A NOVA PESQUISA
A segunda fase do estudo começa em novembro, com pacientes que já tiveram infarto ou AVC e tomam os remédios separadamente.
No Brasil, a pesquisa envolverá 22 hospitais, além do HCor, e 2.000 pessoas em todas as regiões do país.
Além disso, em 2012, o país deve participar da terceira fase de uma pesquisa já iniciada na Índia, na China e no Canadá.
Dessa vez, o responsável pela pesquisa brasileira será o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
O objetivo, segundo o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da divisão de pesquisa do instituto, é testar a medicação em 2.000 pacientes de São Paulo com risco cardíaco moderado.
MEDICALIZAÇÃO
De acordo com Luiz Antonio Machado César, presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) e cardiologista do InCor (Instituto do Coração da USP), a ideia é simplificar e baratear o tratamento.
Berwanger lembra que, hoje, no máximo metade dos pacientes de alto risco segue o tratamento corretamente. "Se pudermos facilitar a vida do paciente, mantendo os benefícios dos remédios, com custo menor e maior adesão, será muito interessante."
Ele afirma, no entanto, que a ideia não é "medicalizar" a prevenção de quem tem risco moderado. "A adesão a dieta e exercícios é péssima, apesar de as mudanças serem fundamentais. Essas pessoas não sentem nada, mas a tendência é piorar", afirma.
"Mudar o estilo de vida da população é utopia. Do jeito que a gente montou nossas cidades e a nossa vida nos grandes centros, essa opção não existe", afirma César.
Berwanger recorda, no entanto, que não se trata da "pílula da vida eterna", e que o controle de fatores como tabagismo e obesidade, deverá ser mantido, mesmo para quem tomar a polipílula.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/982781-brasil-testa-polipilula-que-podera-prevenir-doencas-cardiovasculares.shtml

Trabalhar na mesma posição o dia inteiro prejudica a circulação

Do G1, em São Paulo
 

Ficar parado ou sentado durante muito tempo pode prejudicar a circulação. Apesar de não ter a ver com o sangue, mas com a compressão dos nervos, cruzar as penas ou ficar numa posição ruim também pode causar formigamento.
Arte circulação (Foto: arte / G1)
Para dar dicas de como melhorar a circulação e diferenciar veias e artérias, o Bem Estar desta sexta-feira (21) convidou o cirurgião vascular Pedro Puech Leão. Ao lado dele, o preparador físico José Rubens D’Elia embarcou no ônibus estilizado do programa para ensinar exercícios de fortalecimento da panturrilha, o nosso segundo coração.
No estúdio, D’Elia apresentou uma série de exercícios de rotina que mantém o sangue circulando bem pelas panturrilhas.
A repórter Marina Araújo foi a um escritório em São Paulo para conferir a postura dos funcionários que trabalham sentados o dia inteiro. Nem todos tomam os cuidados básicos para melhorar a circulação das pernas.
Cruzar as pernas, sentar-se sobre elas, ficar de pé ou sentado não tem nenhum problema, desde que não seja por muito tempo. O importante é trocar de posição várias vezes ao longo do dia.
Para quem trabalha sentado durante horas, o recomendado é levantar e caminhar um pouco a cada meia hora. O mesmo serve para quem fica muito tempo de pé. É preciso sentar-se um pouco a cada meia hora.
Também é importante evitar o sobrepeso e roupas muito apertadas – isso inclui as meias, dê preferência às elásticas. Os cuidados incluem a hora do sono: a melhor posição para dormir é deitado na cama. Em viagens longas de ônibus ou avião, levante-se e ande no corredor.
Ao contrário do que a maioria acredita, a sensação de formigamento não tem nenhuma relação com sistema circulatório. Ela ocorre quando o nervo é prensado e não consegue enviar para o cérebro as sensações do corpo.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/10/trabalhar-na-mesma-posicao-o-dia-inteiro-prejudica-circulacao.html

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