Seja bem-vindo para conhecer e aprender. Hoje é

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Dormir pouco na adolescência pode levar à obesidade nos anos seguintes.

Conclusão de nova pesquisa aponta que risco de obesidade é 20% maior em jovens que dormem menos do que seis horas por noite

Adolescentes que dormem pouco podem ter saúde prejudicada por excesso de peso
Adolescentes que dormem pouco podem ter saúde prejudicada por excesso de peso (Thinkstock/VEJA)
Um adolescente de 16 anos que dorme menos de seis horas por noite tem um risco 20% maior de se tornar obeso aos 21 anos do que uma pessoa da mesma idade que dorme mais de oito horas. Essa é a principal conclusão de uma nova pesquisa feita na Universidade Columbia, nos Estados Unidos.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Sleep Duration and Obesity among Adolescents Transitioning to Adulthood: Do Results Differ by Sex?​

Onde foi divulgada: Journal of Pediatrics

Quem fez: Shakira Suglia, Seema Kara e Whitney R. Robinson

Instituição: Universidade Columbia, Estados Unidos

Resultado: Um adolescente de 16 anos que dorme menos do que seis horas por dia tem um risco 20% maior de se tornar obeso aos 21 anos do que um adolescente que dorme oito horas ou mais toda a noite.
Embora uma série de estudos já tenham associado problemas para dormir com um maior risco de obesidade, poucos conseguiram explicar de que forma essa relação ocorre e qual é o real impacto dos distúrbios do sono sobre a saúde. Segundo os autores da nova pesquisa, os resultados do trabalho são evidências consistentes de que poucas horas de sono podem levar ao aumento do índice de massa corporal (IMC) de uma pessoa.
Análise — O estudo analisou dados de aproximadamente 10.000 americanos de 16 a 21 anos que haviam participado de um levantamento nacional de saúde e que, por isso, foram acompanhados por seis anos. Os resultados estão publicados na edição deste mês do periódico Journal of Pediatrics.
Segundo a pesquisa, fatores como prática de atividade física e tempo gasto na frente televisão ao dia, por exemplo, também contribuíram com o risco de obesidade, mas não foram capazes de alterar os riscos elevados pela falta de sono. 
"Poucas horas de sono na adolescência podem levar à obesidade ao longo da vida. E, uma vez que o individuo se torna um adulto obeso, fica muito mais difícil para ele perder e manter o peso. Quanto mais tempo ele permanece obeso, maior o seu risco de problemas cardíacos, diabetes e câncer", diz Shakira Suglia, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Columbia e coordenadora do estudo.
"A mensagem para os pais é que eles garantam que os seus filhos durmam mais do que oito horas por dia. Uma boa noite de sono, mais do que manter a atenção deles durante as aulas na escola, ajudará a torná-los adultos saudáveis", afirma a pesquisadora.

Os prejuízos de dormir pouco

Diminui a capacidade de o corpo queimar calorias

De acordo com uma pesquisa apresentada no encontro anual da Sociedade para Estudo de Comportamento Digestivo (SSIB, sigla em inglês), em julho de 2012, na Suíça, a restrição do sono faz com que um indivíduo consuma mais calorias e, além disso, reduz a capacidade do corpo de queimá-las. Isso ocorre porque dormir pouco aumenta os níveis de grelina, o ‘hormônio da fome’, conhecido assim por induzir a vontade de comer, na corrente sanguínea. Além disso, o hábito promove um maior cansaço, reduzindo a prática de atividades físicas e aumentando o tempo de sedentarismo.

Eleva o risco de câncer de mama agressivo

Um estudo publicado em agosto de 2012 no periódico Breast Cancer Research and Treatment sugeriu que dormir menos do que seis horas por dia eleva o risco de mulheres na pós-menopausa terem um tipo agressivo de câncer de mama e uma maior probabilidade de recorrência da doença.

Aumenta as chances de um derrame cerebral

Dormir menos do que seis horas por dia aumenta o risco de um acidente vacular cerebral (AVC) mesmo em pessoas com peso normal e sem histórico de doenças cardiovasculares, segundo umestudo apresentado em junho de 2012 no encontro anual das Sociedades de Sono Associadas (APSS, na sigla em inglês), na cidade americana de Boston.

Aumenta o apetite por comidas gordurosas

Dormir pouco ativa de maneira diferente os centros de recompensa do cérebro com a exposição a alimentos gordurosos em comparação com dormir adequadamente. Isso faz com que esses alimentos pareçam mais salientes e que a pessoa se sinta mais recompensada ao comer esse tipo de alimento. Essas descobertas foram apresentadas em junho deste ano no encontro anual das Sociedades de Sono Associadas (APSS, na sigla em inglês), na cidade americana de Boston. Além disso, uma pesquisa publicada em janeiro deste ano indicou que noites de sono mal dormidas ativam com mais intensidade uma área do cérebro responsável pela sensação de apetite.

Pode desencadear sintomas do TDAH

Segundo um estudo apresentado em junho de 2011 durante encontro das sociedades médicas para o sono, nos Estados Unidos, menos horas de sono podem desencadear problemas com hiperatividade e desatenção durante o começo da infância. Esses são sintomas comuns do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Eleva o risco de impotência sexual

A 25ª Reunião Anual da FeSBE (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), em agosto de 2010, trouxe uma pesquisa que relacionou a falta de sono e o problema sexual. De acordo com o trabalho, feito na Unifesp, além do maior risco de impotência, homens que dormem pouco têm maiores chances de desenvolver problemas cardiovasculares e de engordar.

Pode levar à obesidade

Um estudo apresentado em outrubro de 2011 no Encontro Anual do American College of Chest Physicians, mostrou que jovens que dormem menos de sete horas por dia têm índice de massa corporal (IMC) maior, e que isso pode estar relacionado diretamente com os hormônios grelina e leptina, que regulam as sensações de fome e saciedade.

Extraído em 21/08/14 da Revista Veja Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quer ver algo?