Nasa descobre seis pequenos planetas que orbitam ao redor de estrela similar ao Sol
As massas de cinco deles foram calculadas e são de 2,3 a 13,5 vezes a da Terra
Redação Época, com Agência EFE
SISTEMA KEPLER 11
Composto por elevado número de planetas pequenos e próximos, chamou a atenção dos cientistas
Composto por elevado número de planetas pequenos e próximos, chamou a atenção dos cientistas
Lançado em março de 2009, o Kepler tem como objetivo recolher dados de planetas que tenham temperaturas médias que possibilitem a existência de água e vida.
Com os dados do Kepler, astrônomos da Universidade da Califórnia de Santa Cruz (UCSC) analisaram a dinâmica orbital desse sistema planetário, cujos resultados aparecerão publicados na edição de fevereiro da revista científica Nature. Para determinar o tamanho e as massas dos planetas, a equipe analisou as medições realizadas pelo observatório Kepler da Nasa, que captou a luminosidade em transformação da estrela por volta da qual os planetas giram quando passam em frente a ela.
COMPARAÇÃO
Os tamanhos da órbita dos planetas do sistema descoberto em relação aos da do Sistema Solar
Os tamanhos da órbita dos planetas do sistema descoberto em relação aos da do Sistema Solar
"Isso não só é um sistema planetário surpreendente, mas também valida um novo e poderoso método para medir as massas dos planetas", disse Daniel Fabrycky da UCSC, que dirigiu a análise da dinâmica orbital junto a Jack Lissauer, cientista da Nasa.
Cinco dos planetas descobertos têm massas que oscilam entre 2,3 e 13,5 vezes a massa da Terra e seus períodos orbitais são inferiores a 50 dias. A órbita dentro dessa região poderia caber na órbita de Mercúrio em nosso sistema solar.
O sexto planeta é maior e está mais longe. Dele, os cientistas puderam determinar que o período orbital é de 118 dias, mas não puderam calcular sua massa.
"Dos seis planetas, o de maior massa pode ser equivalente a Netuno e Urano", afirma Jonathan Fortney, professor assistente de astronomia e astrofísica da UCSC, que dirigiu o trabalho de compreensão da estrutura e composição dos planetas, com os estudantes Eric López e Neil Miller. Mas no caso dos planetas de massa menor, não há nenhuma comparação próxima, já que "são diferentes de qualquer um dos que temos em nosso sistema solar", disse Fortney.
Anteriormente, as detecções de planetas em trânsito eram realizadas da Terra com potentes telescópios. No entanto, no caso do sistema Kepler-11, os planetas são pequenos demais e a estrela que se estuda, que está a uma distância de 2 mil anos-luz, tem brilho fraco demais para ser analisada da Terra.
Mais de 100 planetas em trânsito foram observados pelo Kepler e outros telescópios, mas, em sua grande maioria, são gigantes gasosos como Júpiter, e quase todos se encontram em sistemas de um só planeta.
A densidade dos planetas, derivada do cálculo da massa e do raio deles, dá pistas sobre suas composições e de como puderam se formar. Os seis planetas têm uma densidade menor que a da Terra, mas, tal como explica Fortney, "parece que o interior de dois poderiam ser em sua maioria água, possivelmente com uma fina pele de gás de hidrogênio e hélio na parte superior, como se fossem mini-Netunos".
"Os que estão mais longe têm uma densidade menor que a de água, o que parece indicar uma atmosfera significativa de hélio hidrogênio", algo que a equipe considerou "surpreendente", porque um planeta pequeno quente teria dificuldades para fixar-se a uma leve atmosfera.
Uma das razões pelas quais este sistema de seis planetas é tão inovador é que ele permite aos cientistas fazer comparações entre eles. "Isso é realmente de grande alcance, já que podemos investigar o que aconteceu com este sistema em seu conjunto", diz Fortney.
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI207931-15224,00.html
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