Outro componente que tem despontado em análises científicas é um velho conhecido dos esportistas: as proteínas, presentes em alimentos como carnes, leite e soja. Sua utilidade na regeneração das fibras musculares após os esportes já é sabida há décadas – os aminoácidos nelas presentes são essenciais para a constituição dos músculos. “Existem oito aminoácidos essenciais que nosso organismo não produz e que precisam vir dos alimentos”, esclarece Antônio Lancha Júnior, coordenador do Laboratório de Nutrição e Metabolismo Aplicados à Atividade Motora da Universidade de São Paulo.
Mas o que se busca saber agora é se o consumo das proteínas durante o exercício – e não somente depois – também pode ser benéfico. O tema ainda é polêmico, mas já há indícios de ganhos durante exercícios moderados, obtidos com a adição proteica em bebidas esportivas. Foi essa a conclusão à qual chegou o professor John Ivy, da Universidade do Texas (EUA). Em seu experimento, ciclistas ingeriram, durante o exercício, uma bebida contendo carboidratos e proteína, enquanto os restantes receberam uma opção contendo apenas calorias. Quem teve o reforço proteico conseguiu, após a exaustão muscular, pedalar um pouco mais.
Ainda no que diz respeito ao consumo de proteína para melhorar a disposição na atividade física, é de se destacar a descoberta da nutricionista Nancy Rodriguez, da Universidade de Connecticut (EUA). Em vez de bebidas prontas, ela testou o poder da velha e boa combinação do leite com achocolatado. Verificou que a mistura é perfeita. “Além da composição da proteína do soro do leite, há os carboidratos do chocolate e micronutrientes essenciais, como as vitaminas A e D”, disse ela à ISTOÉ.
Avanços importantes também estão sendo registrados na identificação de compostos que fornecem mais energia para a vida de modo geral. Felizmente, a lista é cada vez mais extensa. E, embora os grupos de nutrientes apresentem o mesmo benefício, o fazem por caminhos diferentes. Há alguns de ação mais direta. Um exemplo é o magnésio, mineral presente em amêndoas, castanhas-de-caju e avelãs. A ciência já descobriu que ele participa do processo de transformação do açúcar presente na circulação sanguínea em energia. Outro elemento também fundamental para a formação da reserva de energia do corpo é o fósforo, encontrado em carnes, peixes e ovos, por exemplo.
Mas há aqueles que têm atuação indireta, porém não menos importante. “O óleo de coco extravirgem, por exemplo, ajuda a evitar alterações hormonais que levam ao cansaço e desânimo”, diz a nutricionista funcional e bioquímica Lucyanna Kallouf, de São Paulo. Nesta categoria, os estudos têm apontado outro elemento indispensável: o selênio, mineral presente em abundância em nozes e na castanha-do-pará. “Esse nutriente é vital para a produção de uma enzima que age junto aos hormônios da tireoide”, explica Sílvia Cozzolino, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. A glândula tireoide é responsável por controlar, entre outras coisas, o metabolismo, influindo diretamente na sensação de cansaço físico e mental. Portanto, se algo não vai bem com ela, uma das consequências pode ser justamente a falta de pique.
As vitaminas presentes em frutas oferecem principalmente dois benefícios. O primeiro é proteger o organismo do desgaste causado pelo estresse, sabidamente um inimigo da vitalidade. O segundo é, em alguns casos, contribuir para o melhor aproveitamento de outros elementos indispensáveis quando o assunto é o estoque de energia. Tome-se como exemplo o papel da vitamina C, presente na laranja, acerola e morango, para a absorção do ferro. Esse mineral é extremamente importante para o bom funcionamento da hemoglobina, pigmento cuja função é a de transportar o oxigênio pelo corpo. Descobriu-se que sem vitamina C sua ação fica prejudicada.
Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/122963_O+CARDAPIO+CERTO+PARA+GANHAR+ENERGIA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage
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