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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Alimentação infantil: a educação começa em casa.
Comer bem é um aprendizado e deve começar dentro de casa principalmente quando o assunto são as crianças. Veja como ensinar seu filho a fazer escolhas saudáveis mesmo quando come longe dos pais.

Por: Fernanda de Almeida / Arte: amanda matsuda


Comida costuma ser um tema de preocupação recorrente para os pais. Ou porque o filho não quer comer, ou porque come demais, e, frequentemente, alimentos pouco ou nada saudáveis. No último caso, os grandes vilões são os alimentos consumidos fora de casa - geralmente industrializados. Um estudo divulgado pela Universidade da Carolina do Norte (EUA) mostrou que, nos últimos 30 anos, as crianças aumentaram o consumo calórico em 179 calorias por dia. E, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o excesso de peso em crianças e adolescentes já é um problema maior que a desnutrição no país. A prevalência da obesidade infantojuvenil subiu 240% em 20 anos.
Na opinião de Flávia Morais, coordenadora de nutrição da Mundo Verde, "independente da idade, os pais devem sempre dar o exemplo e orientar a escolha dos filhos". "Mas, a partir dos 8 ou 9 anos, a criança já é capaz de dizer o que prefere comer num mesmo grupo de alimentos, por exemplo, escolher entre cenoura ou beterraba".
Se é na infância que o hábito alimentar se forma, a criança deve escolher com a variedade que lhe é oferecida em casa. O que deve ser evitado é dar-lhe o direito de escolha no supermercado, onde as opções não saudáveis são as que mais despertarão a atenção dos pequenos. "Quando ela tem contato com frutas e vegetais de uma forma geral desde cedo, e sem obrigação em comer, será muito mais fácil a aceitação desses alimentos", afirma Gabriela Marcelino, nutricionista da Congelados da Sônia (RJ). Segundo ela, "a vontade da criança em alimentar-se sozinha surge gradativamente, pois existe curiosidade e desejo de explorar o novo., o que deve ser incentivado para que a criança comece a criar independência", completa.
A vontade da criança em alimentar-se sozinha surge de forma gradual. É a curiosidade e o desejo de explorar o novo
Fotos: Shutterstock.
Lar doce lar
Quando as orientações alimentares iniciam nessa fase da vida, elas tendem a permanecer na adolescência, quando o controle dos pais é muito menor sobre as refeições dos filhos. "Se dentro de casa a alimentação for adequada, com o exemplo dos pais, a criança têm mais consciência, pois o cenário permite maior autonomia por parte dos filhos", acredita Priscila Passos de Oliveira, nutróloga da Nutrociência Assessoria em Nutrologia (SP). A dica é ter sempre opções de alimentos saudáveis de um mesmo grupo (frutas e verduras), para que a criança escolha sem abrir mão daquele tipo de alimento.
Um fator importante é garantir um ambiente agradável em torno das refeições para que haja uma atmosfera positiva, sem maiores distrações - como a TV. "A responsabilidade da boa nutrição é dos pais. É preciso comer junto e estimular a criança a gostar desses alimentos e não fazer diferença entre o que pais e crianças comem", diz Gabriela.
Táticas para garantir a boa alimentação das crianças
Certifique-se de que seu filho tome café da manhã. Pular essa refeição deixa a criança com fome, cansada, e ela acabará comendo algo que não deveria no intervalo.
Ofereça mais água e leite do que sucos. Cem por cento dos sucos de fruta são saudáveis, mas calóricos.
Não use comida como recompensa. Prometer sobremesa se a criança comer vegetais, faz com que ela entenda que os vegetais valem menos do que os doces.
Procure variar o cardápio. Essa é a melhor estratégia para que a criança não enjoe das opções da lancheira.
Outra ideia que não pode ser esquecida é alternar salgados e doces para atender ao paladar da criança.
Atente à quantidade e porções dos alimentos. Ela deve ser suficiente para saciar a fome na hora do recreio.
Crianças em idade escolar são mais ativas e perdem muito líquido. Disponibilize agua ou sucos naturais e orgânicos, independentemente do lanche oferecido.
Escolha um dia da semana para as guloseimas. Mas lembre-se: ela deve ser sempre uma porção pequena - um bombom, dois biscoitos recheados, entre outros.

A nutricionista diz que é comum a criança não aceitar novos alimentos nas primeiras tentativas. Essa rejeição inicial é resultado do processo natural da criança em conhecer novos sabores, texturas e cheiros. Os alimentos devem ser oferecidos separadamente, para que a criança aprenda a identificar as suas cores e sabores, por isso eles devem ser organizados no prato, sem misturá-los e em pequenas porções.
Fotos: Shutterstock.
Comedores seletivos
Algumas famílias têm mais restrições do que outras. É o caso dos vegetarianos, por exemplo. Como cuidar da alimentação do filho vegetariano fora de casa? "Desde que a dieta vegetariana seja balanceada, não há problema de a criança segui-la. O mesmo vale para macrobióticos. Pesquisas relatam que dietas vegetarianas bem planejadas podem oferecer a ingestão nutricional adequada à criança e que crianças vegetarianas que têm uma alimentação equilibrada, associada a hábitos de vida saudáveis, têm taxas de crescimento similares a de crianças não vegetarianas", afirma Gabriela. Mas, mesmo convivendo com hábitos alimentares saudáveis dentro de casa, os filhos estão expostos aos mais variados alimentos na cantina das escolas, e é aí que mora o perigo. Uma opção que ajuda a manter uma boa refeição são as lancheiras, desde que feitas com os alimentos corretos. Gabriela explica que algumas crianças que têm forte rejeição a um grande número de alimentos podem ser consideradas picky eaters ou "comedoras seletivas". São aquelas que têm um comportamento alimentar que exclui determinados grupos de alimentos (verduras e legumes), pulam refeições, ou simplesmente comer muito pouco.
Trocas espertas para a criançada
Confira as preferências dos pequenos e aprenda a oferecer-lhes opções mais saudáveis. A saúde deles agradece!


Os alimentos devem ser oferecidos separadamente, para que a criança aprenda a identificar as suas cores e sabores
Fotos: Shutterstock.
"Na maioria das vezes, esse comportamento aparece em crianças de 1 a 5 anos. E ele é definido pelo médico observando três aspectos: a recusa alimentar, pouco apetite e desinteresse pelo alimento. Tal comportamento tem um forte componente emocional e/ou situacional, que deve nortear o tratamento e ser conduzido pelo médico", explica Gabriela. Contorne a situação, evite distrações durante a refeição; crie uma alimentação colorida; sente a criança à mesa com os outros membros da família e varie sempre.

na internet
Para montar uma lancheira saudável acesse: www.revistavivasaude.com.br
Uma alimentação equilibrada, baseada num estilo saudável será fator determinante para uma boa qualidade de vida. Procure ajuda profissional para adequar os alimentos para a rotina da criança, levando em consideração hábitos, idade, atividades, história de doenças na família, peso, altura etc. Embora não seja muito comum, vale a pena ir até a escola para conhecer a cantina e saber se as opções oferecidas são saudáveis. Você está pagando por uma prestação de serviços da escola e tem todo o direito em exigir melhorias deles em relação aos alimentos oferecidos.

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