O que fazer com as chuvas?
Cá com meus botões reflito, neste dia chuvoso e friozinho,
enquanto a Azurra sofre e os súditos da Rainha voltam para casa mais cedo, como
os políticos invertem as coisas a seu favor, e como o povo sofre e nem se liga
nos pseudo-heróis.
Vejo no noticiário, mais uma vez, tragédias pré-anunciadas,
e mais que sabidas pelo conhecimento de todos, com o aumento dos milímetros de
chuvarada em algumas regiões metropolitanas e cidades pequenas próximas.
Crateras se abrem,
barrancos desmoronam, e com eles também as casas, as vidas (literalmente), e os
sonhos e dignidades deste povo sofrido que está há séculos à margem da
sociedade política dos nossos tempos. De repente, aparecem inúmeros políticos
com caras de sofrimento, com discursos que foi uma fatalidade, pois choveu em
um dia o que era para chover no mês, que fazia 20 anos que não chovia assim,
blá, blá, blá...ou seja, culpa de São Pedro, nada de falta de capacidade e
atividade da administração pública, que na verdade eles (os políticos) é que
são os culpados, mesmo sabendo o que tem que fazer, e mais, onde tem que fazer,
não o fazem, pois não dá voto!! Agora para aparecer na mídia e culpar São Pedro,
e dizer que de pronta resposta estão atuando para minimizar os impactos (o que
por vezes leva até anos...há famílias desabrigadas por mais de 5 anos sem o
devido auxílio do governo...loucura).
Vejamos se dá para fazer uma analogia com a indústria da
seca no sertão – os políticos urbanos são também espertos, deixam rolar os
problemas das comunidades carentes que
ocupam (geralmente irregularmente – por falta de fiscalização, plano de
urbanização, programa de moradia, políticas voltadas para o emprego, etc) áreas
de risco, se espremem em barracos uns sobre os outros, em vielas, em construções
sem quaisquer critérios de engenharia, sem prévia avaliação do solo, e sofrem
com as enxurradas morro a baixo que não só desmoronam a terra, mas a vida
destas pessoas. Com estes problemas, ano a ano, se acentuando sem ação eficaz
dos políticos (colocam uma lona aqui, outra ali, fazem um muro de contenção
acolá), sabem que quando o período de chuvas chegar....ahhh...$$$$$$...declaram
calamidade pública, mamam nas tetas do povo, sangram os cofres públicos com
milhões para diversos programas de apoio ao povo desabrigado, mas desviam
outros milhões, e quando recebem, estas pessoas desoladas têm que se contentar
com migalhas, já tendo perdido tudo na vida.
Qual será o motivo para não fazerem planejamento urbano,
logístico e social adequado para não mitigar, mas prevenir e até evitar ao
máximo estes efeitos catastróficos que a natureza causa em áreas deste porte
com potencial natural de desmoronamento, alagamentos, etc.
E o motivo de não falarem nada até os ocorridos, e neste ano
eleitoral...ahhh...um prato cheio para se passarem por heróis e salvadores
destes pobres moradores destas áreas atingidas com esta louca e brusca
alteração no fenômeno pluviométrico...fala sério....o que fazer com as chuvas?
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