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sexta-feira, 20 de junho de 2014

O que fazer com as chuvas?

Cá com meus botões reflito, neste dia chuvoso e friozinho, enquanto a Azurra sofre e os súditos da Rainha voltam para casa mais cedo, como os políticos invertem as coisas a seu favor, e como o povo sofre e nem se liga nos pseudo-heróis.
Vejo no noticiário, mais uma vez, tragédias pré-anunciadas, e mais que sabidas pelo conhecimento de todos, com o aumento dos milímetros de chuvarada em algumas regiões metropolitanas e cidades pequenas próximas.
 Crateras se abrem, barrancos desmoronam, e com eles também as casas, as vidas (literalmente), e os sonhos e dignidades deste povo sofrido que está há séculos à margem da sociedade política dos nossos tempos. De repente, aparecem inúmeros políticos com caras de sofrimento, com discursos que foi uma fatalidade, pois choveu em um dia o que era para chover no mês, que fazia 20 anos que não chovia assim, blá, blá, blá...ou seja, culpa de São Pedro, nada de falta de capacidade e atividade da administração pública, que na verdade eles (os políticos) é que são os culpados, mesmo sabendo o que tem que fazer, e mais, onde tem que fazer, não o fazem, pois não dá voto!! Agora para aparecer na mídia e culpar São Pedro, e dizer que de pronta resposta estão atuando para minimizar os impactos (o que por vezes leva até anos...há famílias desabrigadas por mais de 5 anos sem o devido auxílio do governo...loucura).
Vejamos se dá para fazer uma analogia com a indústria da seca no sertão – os políticos urbanos são também espertos, deixam rolar os problemas das comunidades  carentes que ocupam (geralmente irregularmente – por falta de fiscalização, plano de urbanização, programa de moradia, políticas voltadas para o emprego, etc) áreas de risco, se espremem em barracos uns sobre os outros, em vielas, em construções sem quaisquer critérios de engenharia, sem prévia avaliação do solo, e sofrem com as enxurradas morro a baixo que não só desmoronam a terra, mas a vida destas pessoas. Com estes problemas, ano a ano, se acentuando sem ação eficaz dos políticos (colocam uma lona aqui, outra ali, fazem um muro de contenção acolá), sabem que quando o período de chuvas chegar....ahhh...$$$$$$...declaram calamidade pública, mamam nas tetas do povo, sangram os cofres públicos com milhões para diversos programas de apoio ao povo desabrigado, mas desviam outros milhões, e quando recebem, estas pessoas desoladas têm que se contentar com migalhas, já tendo perdido tudo na vida.
Qual será o motivo para não fazerem planejamento urbano, logístico e social adequado para não mitigar, mas prevenir e até evitar ao máximo estes efeitos catastróficos que a natureza causa em áreas deste porte com potencial natural de desmoronamento, alagamentos, etc.

E o motivo de não falarem nada até os ocorridos, e neste ano eleitoral...ahhh...um prato cheio para se passarem por heróis e salvadores destes pobres moradores destas áreas atingidas com esta louca e brusca alteração no fenômeno pluviométrico...fala sério....o que fazer com as chuvas?

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