Fala um saqueador – “A Dilma foi contra a ditadura. Foi presa. Procura lá na ficha dela os roubos que ela fez. Por que a gente não pode fazer isso?”
Muito interessante uma reportagem de Artur Rodrigues no Estadão, que vem acompanhada de um vídeo. É matéria para bastante reflexão.
Manifestantes
que participaram de invasão da Prefeitura na noite de terça-feira
prometem mais quebra-quebra nas próximas manifestações. Um estudante de
18 anos, que estava entre os que atiravam pedras no Edifício Matarazzo,
afirma que esse é o único jeito de ser ouvido. “Se não ouvir a gente, se
não prestar atenção na gente, vai ter muito mais”, disse.
“A Dilma
foi contra a ditadura. Foi presa. Procura lá na ficha dela os roubos que
ela fez. Por que a gente não pode fazer isso?”, disse. De acordo com
ele, a tarifa é apenas a “faísca” de tudo que vem acontecendo. Entre os
partidários do quebra-quebra como instrumento político, há punks e
pichadores, entre outros grupos. Os gritos de guerra deles são “Sem
moralismo, sem moralismo” e “Se não quebrar não vai rolar”.
Um grupo
maior e menos agressivo, porém, se arrisca para tentar conter a
depredação. O corretor de imóveis Gustavo Klis, de 26 anos, foi agredido
para impedir que a bandeira do Brasil fosse queimada, como aconteceu
com as da cidade e do Estado de São Paulo. “Nós estivemos seis atos
defendendo essa bandeira. É uma hipocrisia queimá-la agora”, afirma.
Vestido de
Super-homem, o artista plástico William Steadille, de 18 anos, fez
parte de uma corrente humana para impedir que a porta dos fundos da
Prefeitura fosse arrombada com um poste. “Não é de violência que o
Brasil precisa. É de voz, de um grito. Isso não é um grito, é uma
lesão”, ele afirma.
Até o
empresário Oscar Maroni, dono da boate Bahamas, foi até o local para dar
apoio ao grupo que tentava invadir o prédio do Executivo municipal.
“Isso aqui é o novo povo deixando de agir como gado”, disse.
Um
vendedor de churrasco não se importou com o fato de a Tropa de Choque e
manifestantes estarem prestes a entrar em confronto. “Não penso nada
disso. Mas já vendi vários churrascos”, disse, pouco antes de ter de se
retirar devido às bombas de gás jogadas pelos policiais.
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