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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Trânsito é quase 30% das causas externas de morte no país, diz estudo.

Violência foi apontada como problema na saúde brasileira em artigo médico.
Mortalidade entre motociclistas cresceram 820% entre 1991 e 2007.

Do G1, em São Paulo
 
Dentre as mortes com causas externas no Brasil, quase dois terços foram homicídios (36,4%) ou aconteceram no trânsito (29,3%) em 2007, afirma relatório apresentado na revista médica britânica "The Lancet" nesta semana. Ao todo, ocorreram 26,8 homicídios e 23,5 mortes nas ruas e estradas para cada 100 mil habitantes nesse ano. Os números, de acordo com a publicação, revelam a necessidade de o país melhorar o combate às mortes violentas.
A gente se esforça para não usar o termo ‘acidentes’; são lesões e óbitos relacionados ao trânsito"
Michael Reichenheim, autor principal do artigo
Contudo, a taxa de homicídios apresentou tendência de queda, enquanto a mortalidade no trânsito se manteve estável de 1999 a 2007. A estabilidade com números tão altos é um mau sinal, segundo Michael Reichenheim, autor principal do relatório sobre a violência feito para a série. O artigo também é assinado pelos professores Michael Reichenheim, Edinilsa Souza, Claudia Moraes, Maria Helena de Mello Jorge, Cosme Passos da Silva e Maria Cecília Minayo.
“A gente se esforça para não usar o termo ‘acidentes’; são lesões e óbitos relacionados ao trânsito”, disse Reichenheim, que é professor do Instituto de Medicina Social da UERJ, ao G1.
A ideia é deixar claro que essas mortes podem ser evitadas com melhorias na malha viária. “Falta acostamento, capeamento e sinalização”, avaliou o pesquisador. Naturalmente, a falta de prudência também é citada entre os fatores que aumentam os números.
Os pedestres são os que mais morrem – sobretudo por causa dos idosos –, e em segundo lugar aparecem os ocupantes de carros. Logo em seguida vêm os motociclistas, que trazem os números mais impressionantes: entre 1991 e 2007, houve crescimento de 820% na mortalidade deles, e a taxa “deve estar aumentando ainda”, segundo Reichenheim.
O especialista ressalta que os dados analisados são de 2007. De lá para cá, houve a implantação da lei seca e, segundo ele, “há expectativa de redução”.
Homicídios
Apesar da tendência de queda, os homicídios ainda representam um problema sério para a sociedade, de acordo com o pesquisador. São a primeira causa de morte nas pessoas entre 5 e 49 anos e a grande maioria das vítimas são homens.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, a taxa de homicídios caiu, e, por isso, o Sudeste é a região responsável por puxar a tendência de queda. O número caiu em 14,9% entre 1991 e 2007. No Nordeste, o problema está se agravando. A taxa subiu 19,5% no mesmo período e era a maior do país em 2007: 36,8 assassinatos para cada 100 mil habitantes.
Reichenheim é a favor da proibição da venda de armas de fogo. “Criaria uma cultura de paz. Faz parte de um processo a médio e longo prazo”, afirmou o pesquisador.
Violência doméstica
O especialista chamou atenção também para a violência doméstica. Em comparação ao crime organizado, ela gera poucas mortes, “mas isso é a ponta do iceberg”, diz ele. Os danos psicológicos causados também precisam ser levados em conta.
Uma pesquisa com mulheres brasileiras diz que, num período de doze meses, 14,3% delas sofreram algum tipo de abuso físico. O número é maior que as médias da América do Norte, da Europa, da África Subsaariana, da Ásia e da Oceania. Na comparação com regiões, apenas América Latina e o Oriente Médio e Norte da África superam a taxa brasileira.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/05/transito-e-quase-30-das-causas-externas-de-morte-no-pais-diz-estudo.html

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